O governo de Santa Catarina enviou uma circular a escolas, na terça-feira (7), determinando que nove obras fossem retiradas de circulação e armazenadas em local não acessível à comunidade escolar. Na quinta (9), após a divulgação da proibição por meio de veículos de comunicação, a Secretaria de Estado da Educação publicou uma nota na qual diz que os livros não estão sendo retirados das bibliotecas, mas, sim, redistribuídos, para "adequar as obras literárias às faixas etárias".
Confira abaixo sobre o que falam os títulos presentes na lista.
- A Química Entre Nós (Larry Young e Brian Alexander)
A obra lança luz sobre o misterioso fenômeno da paixão, tendo como base o minucioso olhar da psicologia e neurociência. Como o amor começa? Como dois indivíduos podem chegar à conclusão de que não apenas seria bom dividirem o mesmo teto, como também de que eles precisam fazer isso? Como um homem pode afirmar que ama sua esposa e, ainda assim, traí-la? Por que temos um "tipo" que nos atrai?
Larry Young, neurocientista e professor de psiquiatria na Emory University School of Medicine, e o jornalista Brian Alexander ajudam a desvendar esses mistérios a partir da perspectiva da neurociência social. Contando com histórias reais e pesquisas do mundo todo, A Química Entre Nós procura compilar tudo o que a ciência diz sobre amor, paixão e sexo.
- Coração Satânico (William Hjortsberg)
Lançado originalmente em 1978, esse título mistura dois gêneros capazes de tirar o sono de muita gente corajosa: o terror e as histórias de detetive. O estilo visual que Hjortsberg imprime em sua literatura é uma atração à parte.
A inspiração veio de um conto que o autor escreveu ainda na escola. Anos mais tarde, a velha história continuaria assombrando seu criador. A mistura de suspense com temas considerados tabu, como o vodu, religião de origem africana seguida pelos haitianos, chegou ao público num momento em que nomes como Stephen King se tornavam mais populares.
A história seria consagrada mais uma vez em 1987, quando o livro ganhou uma adaptação cinematográfica dirigida por Alan Parker (também roteirista de A Lenda, de 1985), com Mickey Rourke e Robert De Niro nos papéis principais.
- Donnie Darko (Richard Kelly)
A versão que a DarkSide Books lançou em 2016 é inédita. Nela, é possível entrar de cabeça no universo paralelo de Frank, Donnie e seu criador. Não se trata de uma adaptação do longa-metragem de 2001, e muito menos de um romance que poderia ter inspirado o cineasta Richard Kelly. O livro Donnie Darko apresenta na íntegra o roteiro original.
A trama se passa às vésperas do Dia das Bruxas. Na história, Donnie Darko é um adolescente problemático, com sintomas de esquizofrenia e sonambulismo, que escapa da morte quando uma turbina de avião cai no seu quarto. Ele passa a ter visões com Frank, um humano vestido com uma roupa de coelho, enquanto espera pelo fim do mundo e pelo Dia das Bruxas. Donnie enfrenta conflitos que todos nós já experimentamos em algum momento da vida: professores autoritários, a descoberta de uma paixão, hormônios à flor da pele, diálogos reticentes entre pais e filhos, a eterna busca pelo sentido da vida – se é que ele pode mesmo ser encontrado. Além do roteiro original, Donnie Darko, conta com um conteúdo extra, a começar pelo prefácio exclusivo, assinado pelo autor Jake Gyllenhaal.
- Ed Lorraine Warren: demonologistas - arquivo sobrenaturais (Gerald Brittle)
Esta é uma biografia sobre dois dos mais famosos investigadores paranormais do mundo. Eles enfrentaram os mistérios mais sinistros dos últimos 60 anos, sempre em busca da verdade, e sua história é contada em leia Ed & Lorraine Warren: demonologistas.
Não é de hoje que os fãs do terror conhecem Ed Warren e sua esposa, Lorraine. O casal foi retratado em filmes de grande sucesso, como Invocação do Mal, Annabelle e Horror em Amityville. Na biografia, Gerald Brittle desvenda alguns dos principais casos reais vividos pelos Warren. Ed e Lorraine permitiram ao autor acesso exclusivo aos seus arquivos sobrenaturais, que incluem relatos extraordinários de poltergeists, casas mal-assombradas e possessões demoníacas. O resultado é um livro rico em detalhes.
- Exorcismo (Thomas B. Allen)
Um fenômeno quase paranormal atingiu o mundo em 1973. Multidões sofreram de náuseas, desmaios, alucinações e calafrios, numa histeria coletiva sem precedentes. Todos aparentemente possuídos por um filme: o clássico O Exorcista, dirigido por William Friedkin e adaptado do romance que o roteirista Willian Peter Blatty lançou dois anos antes.
O filme foi inspirada em um exorcismo de verdade, ocorrido em 1949, contado no livro Exorcismo, do jornalista Thomas B. Allen. A obra narra em detalhes os fatos que aconteceram com Robert Mannheim, um jovem norte-americano de 14 anos que gostava de brincar com sua tábua ouija, presente que ganhou de uma tia que achava ser possível se comunicar com os mortos. Para escrever essa história, Allen teve acesso ao diário de um padre jesuíta que auxiliou o exorcista Bowdern. Como resultado, seu livro é considerado o mais completo relato de um exorcismo pela Igreja Católica desde a Idade Média.
- It: A Coisa (Stephen King)
Durante as férias de 1958, em uma pacata cidade chamada Derry, um grupo de sete amigos começa a ver coisas estranhas. Um conta que viu um palhaço, outro que viu uma múmia. Finalmente, acabam descobrindo que estavam todos vendo a mesma coisa: um ser sobrenatural e maligno que pode assumir várias formas. É assim que Bill, Beverly, Eddie, Ben, Richie, Mike e Stan enfrentam a Coisa pela primeira vez.
Quase 30 anos depois, o grupo volta a se encontrar. Mike, o único que permaneceu em Derry, dá o sinal – uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. É preciso unir forças novamente. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry. Só eles podem vencer a Coisa.
- Laranja Mecânica (Anthony Burgess)
Retratando uma sátira distópica, Laranja Mecânica ganhou fama ao ser adaptado para o cinema pelas mãos de Stanley Kubrick. O livro, entretanto, também é um clássico moderno da ficção inglesa e um marco na cultura pop, que, ao lado de 1984, de George Orwell, Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, e Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, representa um dos ícones literários da alienação pós-industrial.
Alex é o jovem líder de uma gangue de adolescentes cuja diversão é cometer perversidades e atos de violência pelas ruas de uma cidade futurista governada por um Estado repressivo e totalitário. Depois de cometer um crime que termina em um assassinato, ele acaba preso pelo governo e submetido a um método experimental de recondicionamento de mentes criminosas, que se utiliza de terapia de aversão brutal.
- Os 13 Porquês (Jay Ascher)
Depois de receber uma adaptação para uma série da Netflix, o livro se tornou um bestseller internacional. Nele, Clay Jensen volta da escola para casa e encontra um pacote estranho com seu nome na varanda. Lá dentro, ele descobre várias fitas cassete gravadas por Hannah Baker – sua colega de classe e paixão – que cometeu suicídio duas semanas antes. A voz de Hannah diz a ele que há 13 razões pelas quais ela decidiu acabar com sua vida. Clay é um deles. Se ele ouvir, descobrirá o porquê.
Clay passa a noite cruzando sua cidade com Hannah como guia. Ele se torna uma testemunha em primeira mão da dor de Hannah e, ao seguir as palavras gravadas de Hannah por toda a cidade, o que ele descobre muda sua vida para sempre.
- O Diário do Diabo: os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo (Robert K. Wittman e David Kinney)
O Diário do Diabo desvenda segredos nunca antes revelados de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo. Alfred Rosenberg, figura importante do círculo íntimo de Adolf Hitler desde o começo, fez sua fama espalhando ideias criminosas sobre os judeus. No amanhecer do Terceiro Reich, sua obra-prima sobre a filosofia racista se tornou um best-seller nacional e um dos pilares da ideologia nazista.
O diário de Rosenberg foi descoberto em um castelo na Baviera, no fim da guerra, e examinado por promotores durante os julgamentos de Nuremberg. O relato manuscrito se estendia por 500 páginas, às vezes em uma caderneta, outras em folhas soltas. Ele teve início em 1934, um ano após Hitler subir ao poder, e se interrompeu uma década depois, meses antes do final da guerra. Dentre os homens mais importantes nos altos escalões do Terceiro Reich, só Rosenberg, o ministro de Propaganda Joseph Goebbels e Hans Frank, o brutal governador-geral da Polônia ocupada, deixaram diários semelhantes. O Diário do Diabo revela as engrenagens do regime nazista.