A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) inaugurou o Instituto Sesi de Formação de Professores, em Porto Alegre, nesta quinta-feira (25), data em que é comemorado o Dia da Indústria. Localizado na Travessa Leonardo Truda, no Centro Histórico, o espaço é dedicado a capacitar educadores de escolas públicas e privadas, principalmente por meio de parcerias.
A abertura do espaço ocorreu um ano após a instituição anunciar um investimento de R$ 300 milhões na educação gaúcha. O evento teve a presença de autoridades, empresários e educadores, que fizeram um tour pelo instituto.
O instituto tem cinco salas de aula e um miniauditório que tem capacidade para atender 160 pessoas ao mesmo tempo. O espaço já está pronto para começar a trabalhar com professores e formadores de alunos, como diretores e monitores.
— Todos aqueles que estão envolvidos na prática de educar têm espaço no nosso instituto, com uma proposta que vai refletindo aquilo que temos trabalhado nas nossas escolas e temos visto que é extremamente atraente e producente no que diz respeito à capacidade de elevar a capacidade dos alunos — afirmou Sônia Bier, gerente de Educação do Sesi-RS, em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta quinta-feira.
Conforme a Fiergs, a meta é preparar os docentes para os desafios da sala de aula, com respeito à cultura juvenil e empregando recursos tecnológicos e pedagógicos, de modo a alcançar aprendizagens significativas. O instituto é baseado em três pilares de atuação: o Programa de Formação e Gestão Educacional, o Observatório da Educação e o FabLearn, espaço para a aprendizagem ativa.
A qualificação docente por meio do Programa de Formação e Gestão Educacional já conta com a adesão de 38 municípios. O Sesi realiza convênios com as prefeituras e atende tanto na Capital quanto em municípios do Interior. Desde o ano passado, foram 3,3 mil professores e 93 mil alunos impactados. No momento, nove formações estão em andamento, outras 10 estão agendadas e mais 37 municípios já demonstraram interesse na iniciativa.
De acordo com Sônia, há mais de 90 cursos de formação continuada disponíveis, como o de formação de gestores, de desenvolvimento tecnológico para o fortalecimento do pensamento computacional, de desenvolvimento computacional na Educação Infantil, de leitura e tecnologia, entre outros. Eles possuem cargas horárias de 40 a 90 horas.
— Atendemos às redes com cursos de duração variadas. As redes se matriculam, e a gente faz uma construção com elas, uma curadoria daquilo que é mais pertinente — ressaltou Sônia.
Contudo, o atendimento ao público individual ainda não está disponível. A previsão é que essa possibilidade esteja disponível a partir de setembro deste ano.
A proposta do observatório, por sua vez, é realizar pesquisas e análise de dados, produzindo estudos que permitam construir soluções personalizadas para os desafios educacionais.
A primeira pesquisa desenvolvida, em parceria com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), mapeia o grau de maturidade tecnológica dos professores em relação ao uso de recursos digitais e não digitais nas práticas pedagógicas. Até o momento, 50 municípios já aderiram à pesquisa e receberam acesso a uma plataforma disponibilizada pelo Sesi. Os professores podem acessá-la e responder às questões em cerca de 30 a 40 minutos. Depois, é enviado o resultado individual do grau de maturidade para cada professor, e o município obtém um diagnóstico geral.
Já o FabLearn está vinculado à metodologia "mão na massa", adotada nas escolas de Ensino Médio do Sesi. A área busca proporcionar a aprendizagem a partir da prática, com a integração dos conhecimentos científicos, da música e movimento e da gameficação. O espaço do FabLearn está aberto gratuitamente a educadores e estudantes, por meio de agendamento.
— Se não tivermos uma educação mão na massa, corremos o risco de, muitas vezes, a inteligência artificial estar no lugar e fazendo a produção dos alunos. É preciso que a gente mude esse modelo para que a inteligência artificial seja mais um recurso, mas não a produtora do resultado — pontuou Sônia.
Novas escolas em andamento
Além do Instituto Sesi de Formação de Professores, o aporte de R$ 300 milhões foi destinado à construção de seis escolas de Ensino Médio em tempo integral nos municípios de Bento Gonçalves, Canoas, Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Lajeado e Santa Cruz do Sul, além da ampliação da estrutura já existente em Pelotas. As unidades deverão gerar 2,4 mil novas vagas para estudantes e 300 empregos diretos. Também foi anunciada a reformulação e a ampliação do contraturno tecnológico com ênfase em pensamento computacional.
A previsão é de que as primeiras escolas entrem em operação em 2025. A unidade de Pelotas deve ter a revitalização pronta e início das aulas até março de 2024. No caso do contraturno tecnológico, foram entregues seis FabLearns em Sapiranga, Marau, Bento Gonçalves, São Leopoldo, Estrela e Sapucaia do Sul, além da inauguração do novo contraturno em Igrejinha. Mais oito cidades inauguram seus ambientes no segundo semestre de 2023: Esteio, Guaíba, Panambi, Montenegro, Campo Bom, Erechim, Santa Rosa e Parobé.