A facilidade em encontrar no mesmo lugar aprendizado e convivência social segura para filhos leva muitas famílias a optar pelo turno integral escolar. Nos últimos anos, a oferta de atividades complementares cresceu, assim como o número de instituições de ensino que investem na sua qualificação.
O diretor acadêmico do Colégio Anchieta, de Porto Alegre, Dario Schneider, aponta a importância para o aluno de desenvolver as atividades complementares na escola. Para ele, o colégio tem este desafio da gestão do tempo:
— A formação integral não se esgota somente com o que se aprende com o currículo em sala de aula. É preciso oferecer para o aluno atividades específicas que sirvam de espaços de aprendizagem ou desenvolvimento de outras aptidões, seja na área cultural, tecnológica ou esportiva — explica.
Schneider diz que oferecer atividades no contraturno incentiva o estudante a estreitar ainda mais a relação com a escola. Para ele, ofertar atrações não obrigatórias ajuda o aluno a exercer a autonomia e a desenvolver outra relação com a instituição:
— Muitos alunos não gostam da sala de aula, mas dos amigos, dos professores e do ambiente escolar. Com essas atividades, colaboramos para que ele se sinta ainda mais à vontade neste espaço.
A dica do coordenador para que as atividades complementares sejam bem-sucedidas e tenham aceitação entre os estudantes é que sejam planejadas juntamente com eles, desenvolvidas por profissionais especializados e que propiciem um ambiente diferenciado e acolhedor.
Segurança e tempo
Danilo Perraro Boff é coordenador de atividades complementares do Colégio Rosário, de Porto Alegre. Ele orienta todo o programa realizado no turno inverso da instituição, que tem cerca de 3 mil alunos. A procura por esse tipo de atividade é tamanha que um terço dos estudantes estende a permanência no ambiente escolar para praticar esportes, estudar idiomas, robótica ou até mesmo participar de comunidades de convivência específicas criadas pelos próprios alunos com a supervisão de profissionais.
— É uma oportunidade de os alunos desenvolverem suas potencialidades em áreas distintas — destaca Boff.
O coordenador explica que a maior procura recai sobre a prática esportiva. E opções não faltam: futsal, capoeira, ginástica artística, judô, patinação e voleibol são algumas delas. Boff salienta que esses espaços servem também para que os alunos possam melhorar o relacionamento interpessoal. Além disso, um dos grandes trunfos das atividades complementares é garantir aos pais e aos próprios alunos a facilidade em centralizar múltiplas atividades no mesmo espaço.
Foram esses fatores que levaram os irmãos Mathias Weschenfelder Pinho, seis anos, e Marina Weschenfelder Pinho, oito anos, a passarem mais tempo no colégio da Rede Marista. Mathias frequenta o primeiro ano do Ensino Fundamental e se encantou pelas aulas de capoeira e judô. A prática esportiva ajudou o menino a conseguir mais disciplina e melhorou suas habilidades sociais.
— Eu gosto dos professores e faço novos amigos — diz o garoto.
Já Marina, do segundo ano do Ensino Fundamental, escolheu duas atividades bem diferentes: ginástica artística e aulas de teatro. Apaixonada pela interpretação, a menina encontrou um espaço para desenvolver seu lado criativo e comunicativo.
Dicas para escolher
- É importante que as escolas ofereçam múltiplas atividades, desde ensino de línguas estrangeiras a atividades esportivas e convívio social. Muitas instituições têm investido em grupos de debates com assuntos de interesse dos alunos.
- As escolas oferecem dois tipos de atividades: gratuitas ou pagas. Em muitos casos, é possível fazer parceria com terceiros para disponibilizar atividades atrativas dentro do ambiente escolar.
- Todas as atividades complementares precisam ter a supervisão de um profissional capacitado.
- Os responsáveis devem avaliar periodicamente as atividades que o filho está participando, permitindo que ele experimente diferentes opções. É importante que o aluno se sinta satisfeito, desafiado e feliz.
- Os pais devem ficar atentos para não sobrecarregar as crianças, que precisam brincar e descansar. Permita que seu filho tenha momentos de ócio.
