Com os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021 divulgados na quarta-feira (9) pelo Ministério da Educação (MEC), os participantes agora se encaminham para decidir qual é a melhor forma de utilizar sua nota para tentar uma vaga em instituições de nível superior públicas e privadas.
Alguns dos caminhos são o Sistema de Seleção Unificada, conhecido como Sisu, utilizado para vagas em instituições públicas; o Prouni, para bolsas em universidades privadas; e o Fies – um sistema de financiamento que os estudantes podem fazer junto ao governo federal. Veja abaixo onde aplicar sua nota do Enem e quais os critérios de cada programa:
Sisu
O Sisu é o sistema utilizado pelo MEC para selecionar indivíduos para as vagas em cursos de Ensino Superior de instituições públicas de todo o Brasil. Neste ano, as inscrições – feitas gratuitamente e de forma online pelo site do Sisu – para o programa terão início na próxima terça-feira, 15 de fevereiro, e vão até o dia 18. A oferta para cada curso é limitada, de forma que, para escolher quem será o dono de cada vaga, o MEC utiliza as notas que o candidato obteve no Enem 2021. Os cursos têm nota mínima de corte definida, de forma que, para poder concorrer, o candidato precisa ter obtido desempenho igual ou superior no Enem. No decorrer do processo, o Sisu calcula e divulga diariamente a nota de corte para cada curso.
Para se inscrever, é preciso obrigatoriamente ter feito o Enem mais recente, não ter zerado a prova de redação e não ter prestado o concurso na condição de treineiro. O candidato pode concorrer às vagas de ampla concorrência, às ofertadas pela Lei de Cotas ou às vagas relativas a políticas de ações afirmativas das instituições.
Quem ainda está um pouco indeciso sobre a carreira que deseja seguir, ou onde quer estudar, tem no Sisu a oportunidade de se inscrever em até dois cursos diferentes nas universidades – indicando qual é sua escolha prioritária e qual é sua segunda opção. Mas não é possível ser aprovado em duas vagas: se conseguir a aprovação no curso indicado como prioritário, o participante deixa de concorrer na sua segunda opção. Não é obrigatório escolher um segundo curso para concorrer.
Prouni
O programa do Ministério da Educação que dá bolsas de 100% da mensalidade, ou parciais, de 50%, em universidades privadas chama-se Prouni – Programa Universidade para Todos. Conforme divulgou o MEC, as inscrições ocorrem entre os dias 22 e 25 de fevereiro pelo site do programa.
A inscrição no Prouni é restrita a alunos que cursaram os três anos do Ensino Médio em escola pública ou em colégios particulares, mas com bolsa integral. Também podem se inscrever estudantes com deficiência e professores da rede pública de ensino – desde que integrem o quadro de pessoal permanente da instituição.
O programa também observa um critério de renda: só podem pleitear uma bolsa integral candidatos cuja renda familiar bruta mensal, por pessoa, é de até 1,5 salário-mínimo. Para as bolsas parciais (de 50%), podem se candidatar aqueles cuja renda familiar bruta mensal é de até três salários por pessoa. O critério de renda não é aplicado aos professores da rede pública.
Outro critério para candidatar-se é que a nota na redação do Enem não pode ser zero e que a pontuação média nas provas que compõem o Enem seja de no mínimo 450.
Fies
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) existe desde 2001 e pode ser uma opção para quem não conseguiu uma vaga pelo Sisu e não se qualifica para o Prouni. Trata-se de um programa em que o governo federal que oferece crédito para estudantes pagarem suas mensalidades em instituições privadas de Ensino Superior – depois da formatura, os beneficiários devem quitar os valores cedidos pelo governo federal. As inscrições começam no dia 8 de março e se estendem até o dia 11 pelo Portal do Fies. Neste primeiro semestre de 2022, o programa oferecerá 111 mil vagas.
Pode se inscrever para o Fies quem fez qualquer edição do Enem desde 2010, mas participações como treineiro não são consideradas. O candidato deve ter obtido média mínima de 450 nas diferentes provas do exame e não pode ter zerado a redação. Também há um critério de renda: a renda familiar mensal per capita do candidato deve ser de até três salários-mínimos. O crédito advindo desse fundo federal poderá cobrir de 50% a 100% da mensalidade do curso, podendo ser a juro zero ou variado, conforme a renda do candidato.
Universidades estrangeiras
Algumas instituições de ensino de fora do Brasil também consideram as notas do Enem como uma forma de acesso aos seus cursos ou como parte da nota em seus próprios processos seletivos. Portugal é o país onde o Enem é mais amplamente aceito como forma de ingresso, já que o Brasil tem convênio com cerca de 50 instituições de Ensino Superior do país europeu. Nações como Canadá, Estados Unidos, Irlanda e Reino Unido também têm universidades que utilizam o Enem como um de seus critérios para admissão de novos alunos. No portal do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, órgão vinculado ao MEC) o candidato pode consultar quais são essas universidades, mas é importante verificar os sites de cada uma delas para entender de que forma a nota do exame brasileiro é considerada.