Garantir o desenvolvimento do aprendizado, incentivar a sociabilização com os colegas e estar em um local aprazível eram critérios que a farmacêutica Renata Carli Lopes, 39 anos, levava em conta antes de matricular o filho em alguma instituição de ensino. Isso até a chegada da pandemia de coronavírus, quando o cuidado principal passou a ser estrutura sanitária de qualquer local que a criança frequentasse. Hoje, o zelo da mãe faz com que Luís Eduardo, de apenas quatro anos e cinco meses, já compreenda a importância dos cuidados básicos para se proteger da covid-19. O menino surpreendeu até a professora.
— Sempre coloco três máscaras na mochila, mas a professora me ligou e contou que ele pediu para trocar mais o equipamento, pois ele dizia que ficava úmido. Isso é muito importante, pois mostra o cuidado com os alunos. Sou profissional da saúde e junto do meu marido conversamos bastante sobre esse retorno presencial e se a escolinha seria um local seguro. Estamos tranquilos, pois vemos tapetes sanitizantes na entrada do prédio, distanciamento de classes e boa ventilação na sala de aula — conta Renata, que vive em Santa Maria, no Centro do Estado.
No dia 20 de agosto, uma portaria conjunta das secretarias de Saúde (SES) e de Educação (Seduc) do Estado dispôs sobre as ações de prevenção, monitoramento e controle à covid-19 a serem adotadas por todas as instituições de ensino do Rio Grande do Sul. A maioria das medidas já era determinada desde o início da pandemia, com exceção de flexibilizações pontuais como o distanciamento entre as classes, que passou de 1,5 metro para um metro em locais com ventilação cruzada, onde portas e janelas devem estar abertas. Os protocolos também consideram um alerta para cuidados extras quanto à variante Delta.
Após ficar praticamente todo 2020 em casa, Luís Eduardo retornou às aulas presenciais em março. Ele está matriculado no Pré-1, em uma turma com 12 crianças que, até então, frequentavam a escolinha em turno inverso: seis tinham atividade pela manhã e seis à tarde. Desde 23 de agosto, eles ficam na escola em turno integral, das 8h às 17h30min.
Precaução em Caxias do Sul
Na Serra Gaúcha, rigorosas restrições sanitárias têm refletido na adesão dos alunos ao ensino presencial, conforme defende a diretora-presidente da Rede de Ensino Caminho do Saber, em Caxias do Sul, Maristela Tomasi Chiappin. Desde setembro de 2020, quando foram autorizadas as aulas presenciais, a Caminho do Saber retornou gradativamente as turmas, conforme as autorizações do Estado. Os horários, porém, seguem intercalados para o início e encerramento das aulas, para não gerar aglomeração. Só 7% das famílias permanecem com a opção de participar das aulas de forma virtual.
— Em nenhum momento tivemos suspensão das turmas, o que é a comprovação que, cumprindo os protocolos, dá certo. Com o avanço das faixas etárias imunizadas pela vacinação, os pais estão ficando mais tranquilos. Também vale considerar que praticamente todos os profissionais da educação já estão com a segunda dose da vacina — avalia a diretora.
As medidas adotadas pela escola de 1.343 alunos são estruturais ou comportamentais. Vão desde o uso obrigatório da máscara, sendo orientada a troca a cada duas horas, até a adaptação das mesas do refeitório que passaram a ter divisórias de acrílico.
Atenção aos alunos
Veja as principais medidas adotadas contra a covid-19 no ambiente escolar. As regras também valem para cursos livres e escolas de idiomas:
- Afastamento de um metro entre as classes, com ventilação cruzada, onde portas e janelas devem estar abertas.
- Uso obrigatório de máscara de proteção facial por alunos, professores e funcionários.
- Disponibilização de álcool em gel em pontos estratégicos e de fácil acesso no ambiente escolar.
- Limpeza de mãos e superfícies com água e sabão, álcool 70% ou similares.
- Garantir a marcação dos ambientes para que o distanciamento físico seja respeitado.
- Delimitar e manter a informação visível em relação à capacidade máxima de pessoas nos diferentes ambientes.
- Garantir o distanciamento de no mínimo dois metros entre as pessoas no refeitório ou locais em que sejam realizadas alimentações.
- Ensino híbrido, com aulas ministradas remotamente e presencialmente, a fim de respeitar a lotação máxima das salas de aulas e/ou a decisão dos alunos ou responsáveis quanto à adesão ao ensino presencial.