A partir da semana que vem, o Rio Grande do Sul deve dar a largada ao início do ano letivo de 2021. Escolas particulares de São Leopoldo, Lajeado e Passo Fundo devem puxar a retomada das atividades, segundo o Sindicato do Ensino Privado gaúcho (Sinepe-RS).
A volta às aulas das escolas privadas não tem data fechada, uma vez que cada instituição tem autonomia para decidir quando será o início, desde que cumpra 200 dias letivos. O Sinepe sugere que o retorno seja em 22 de fevereiro.
O presidente da entidade, Bruno Eizerik, afirma que os protocolos do ano passado serão mantidos, como distanciamento de 1m50cm entre as classes, limite de 50% na ocupação das salas e aferição de temperatura na entrada.
As escolas vão manter o ensino híbrido, no qual parte da turma se divide entre aulas presenciais e remotas, intercalando a presença na escola. A novidade deste ano é que a entidade sugeriu ao governo do Estado que a presença seja obrigatória para todos os alunos que não façam parte do grupo de risco.
A medida será analisada pelo Gabinete de Crise do Palácio Piratini, grupo formado por representantes de várias pastas – não será, portanto, uma decisão exclusiva da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), ainda que o titular da pasta, Faisal Karam, apoie a medida. O governo estuda aplicar a presença obrigatória para os ensinos Fundamental, Médio e Superior.
Eizerik afirma que as escolas já aprenderam a implementar os protocolos sanitários e que o ambiente é seguro. O pedido, segundo o presidente do Sinepe, está sendo analisado pelo Gabinete de Crise do Palácio Piratini.
— O Sinepe tem conversado com o COE estadual desde o fim do ano passado e em janeiro. Na nossa opinião, teríamos que voltar às aulas de forma obrigatória. As crianças precisam voltar às aulas, é importante. A escola é ambiente para aprender, mas também para conviver. Pedimos a volta de todos os alunos, mas claro que estudantes, professores e funcionários com comorbidades não precisariam voltar — afirma Eizerik.
O Sinepe alega que, no ano passado, as aulas presenciais voltaram, em formato híbrido, sem que houvesse aumento no número de infecções e sem surtos que exigissem a suspensão de aulas.
— A gente entende que aprendemos muito no ano passado. Estamos mais calejados. O prejuízo para as crianças, principalmente para os menores, é grande. A escola é um lugar de conviver. No ano passado, cerca de 75% das escolas voltaram às aulas presenciais. Mas quem vai determinar se deve ser obrigatório ou não é o Estado. O governo do Estado disse que levaria para o Gabinete de Crise analisar essa questão. A vacina está chegando aí. Professores e funcionários foram colocados no quarto grupo prioritário. E para a escola pública, também é importante que as crianças voltem às aulas — acrescenta Eizerik.
O Sinepe ainda pediu que o governo do Estado altere alguns protocolos sanitários para permitir que mais crianças sejam colocadas em sala de aula, se o espaço físico permitir.
— Temos duas questões hoje: a exigência de distanciamento e de 50% de ocupação da turma. Mas às vezes temos uma sala de aula que pode comportar mais alunos. Por exemplo, uma turma pequena de 20 alunos que se pode colocar no máximo 10 estudantes, mas, pelo distanciamento, você poderia ter mais, porque a sala comporta — acrescentou o presidente da entidade.
O aumento do limite de ocupação das salas de aula, no entanto, não tem o apoio do secretário de Educação do Rio Grande do Sul, Faisal Karam. Para ele, os protocolos atuais foram discutidos ao longo dos meses e aprovados em diversas instâncias, e elevar a capacidade pode dificultar que pais levem os filhos às escolas.