O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) alterou o gabarito de questões na prova de Linguagens do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 nesta quinta-feira (28). Nas redes sociais, candidatos criticaram a primeira versão do gabarito, publicada na quarta-feira (27) pelo instituto, e apontaram haver racismo estrutural nas respostas até então dadas como certas. Na publicação das novas respostas, o Inep não mencionou as acusações.
Na prova de Inglês, uma questão trazia um trecho do romance Americanah, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Na cena retratada na passagem, a cliente recusa a oferta da cabeleireira de alisar seu cabelo e opta pelas madeixas naturais. No primeiro gabarito dado pelo Inep, o posicionamento da cliente era marcado por argumentos que "demonstram uma postura de imaturidade". Agora, na nova versão, a alternativa correta é "revelam uma atitude e resistência".
Em outra questão, sobre o processo de contratação em empregos, é apontada a discriminação feita por inteligências artificiais, que exclui candidatos pela origem racial, baseando-se no sobrenome e local de nascimento. Na primeira versão do gabarito, as tecnologias de informação eram vinculadas à linguagem. Na nova, estão ligadas ao preconceito.
A previsão para a divulgação dos resultados individuais é em 29 de março. Nessa data, os participantes saberão também quanto tiraram na Redação.
As notas do exame poderão ser usadas para ingressar no Ensino Superior e participar de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições públicas, o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas de estudo em instituições privadas , e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que oferece financiamento em condições mais vantajosas que as de mercado.