Com cartazes contra a escolha do novo reitor, estudantes e apoiadores realizam um protesto no início da tarde desta quinta-feira (17) no pátio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre. O ato faz duras críticas ao governo federal e contesta a decisão do presidente Jair Bolsonaro, que escolheu o professor de engenharia Carlos Bulhões para o cargo de reitor da instituição.
O ato foi organizado pelo Diretório Central de Estudantes (DCE) e também por servidores. Em caixas e carros de som, com acompanhamento de instrumentos musicais e faixas e cartazes, o grupo proclamou diversos cânticos criticando o que considera uma intervenção do governo federal na universidade. Entre as frases mais citadas, estavam "Não, não, não à intervenção", "Fora, Bolsonaro" e "Bulhões, não".
Além das faixas, bandeiras e cartazes de entidades, chama atenção o grande número de bandeiras de partidos políticos tradicionalmente ligados às pautas estudantis. Entre os manifestantes, alguns candidatos a vereador e prefeito e vice-prefeito tiravam fotos com integrantes do protesto.
A estudante de História Sofia de Melo, 19 anos, carregava um cartaz com a frase "Bulhões, não". Ela disse que participa do ato porque não concorda com a decisão do presidente Bolsonaro, que não escolheu o candidato vencedor do pleito interno.
— Durante todos esses anos, os presidentes sempre concordam com a votação interna e a autonomia da instituição. Bulhões não foi o eleito. Não faz sentido ele ter sido escolhido para administrar a universidade — disse.
Pouco antes de discursar no microfone e ser aplaudida pelos apoiadores, a coordenadora geral do DCE da UFRGS, Ana Paula Santos, conversou com a reportagem. Ela destacou que a ação de Bolsonaro remonta os tempos da ditadura.
— Ele não tem legitimidade para assumir. A gente teve um processo de consulta e o Bulhões ficou em terceiro. A gente entende que essa indicação do Bolsonaro quer reforçar o discurso de desmonte da educação — destacou.
Membros da Associação dos Servidores da UFRGS também participam do protesto.