Em debate virtual realizado entre os três candidatos a reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1º de julho, Carlos Bulhões afirmou "desconhecer as razões do porquê o governo não nomearia o primeiro colocado da consulta eleitoral" e ter o "desejo de respeitar" o resultado do pleito interno mesmo que a chapa escolhida por Brasília não fosse a vencedora.
A dupla encabeçada pelo professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas, tendo como vice a docente Patricia Pranke, ficou em terceiro lugar na votação realizada entre a comunidade acadêmica, em 13 de julho, e também na consulta do Conselho Universitário, no dia 17 do mesmo mês, que definiu a lista tríplice enviada ao Ministério da Educação. Ainda assim, Bulhões foi o escolhido por Jair Bolsonaro, em decisão publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (16). O presidente da República tem o direito de apontar o nome de sua preferência.
Na longa discussão online do início de julho, transmitida pela UFRGS TV, pergunta sorteada para a chapa foi lida a certo ponto (no vídeo abaixo, a questão é feita depois de 2 horas, 52 minutos e 35 segundos):
— Caso sua chapa não seja a vencedora na consulta, mas for escolhida mesmo assim por Brasília, vocês firmariam publicamente o compromisso de não aceitar essa nomeação antidemocrática? Acham que todas as chapas devem firmar o mesmo compromisso?
Em resposta, Bulhões declarou:
— Eu desconheço as razões do porquê o governo não nomearia o primeiro colocado da nossa consulta eleitoral. Estamos trabalhando com muito afinco para chegar até o dia 13. Quero muito, desejo muito, que o primeiro (...) assuma após essa consulta. Estou trabalhando com muito afinco para ser o primeiro, mas, se isso não for o desejo da comunidade universitária da UFRGS, muito bem.
Na sequência, complementou:
— O meu desejo, e respeitando a todos, é que devemos, sim, respeitar esse resultado e que o primeiro seja nomeado. Eu desconheço qualquer outra razão. Qualquer coisa diferente disso, pra mim, é uma especulação, é uma especulação.
A reportagem de GZH está tentando contatar Carlos Bulhões, mas ainda não obteve retorno.