Participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) enfrentaram um novo problema no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) nesta quarta-feira (29). Desta vez, a falha foi na lista de espera. Candidatos que haviam se inscrito em apenas uma opção de curso, ao invés das duas possíveis, não conseguiam se inscrever na lista de espera. O sistema permite aos aprovados declarar interesse nas vagas não preenchidas a partir da primeira chamada.
De acordo com estudantes, o problema tem sido resolvido pelo Ministério da Educação (MEC). A pasta comandada por Abraham Weintraub não respondeu aos questionamentos da reportagem.
O Sisu reúne as vagas de instituições públicas de Ensino Superior que usam o Enem para selecionar os alunos. Esses participantes recebiam as mensagens "opção não considerada na lista de espera" e "você indicou interesse em participar da lista de espera na outra opção".
O assunto permaneceu entre os mais comentados no Twitter na manhã desta quarta-feira. Internautas criaram a hashtag #erronalistadeespera para falar dos erros.
Lentidão no sistema
A vestibulanda mineira Aline Dório, 18, identificou o erro logo após a meia-noite, quando tentou se inscrever. Ela só havia anotado uma opção de curso, de Ciência da Computação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
— Quando vi, entrei em desespero, porque estou em primeiro na lista. Pensei "não vai dar certo, vou ter que fazer pré-vestibular" — ela, que mora em Iptainga (MG).
Aline conta que o sistema liberou o acesso à lista de espera no meio da manhã. A reportagem também identificou essa falha em cursos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). As inscrições do Sisu abriram na terça-feira (21) já com falhas. Além de lentidão, candidatos recebiam mensagens equivocadas do sistema informando que o prazo havia se encerrado.
No meio da semana passada, candidatos se queixaram de que o Sisu apresentava participantes aptos nas suas duas opções de curso e, com isso, as notas de corte parciais estariam elevadas de modo exagerado.
Em edições anteriores, o sistema informava que a nota do participante não era considerada no cálculo da nota de corte da segunda opção. Depois de negar que havia erros, o MEC divulgou comunicado em que defendeu o novo formato.
A divulgação da lista de aprovados chegou a ser barrada pela Justiça por causa da divulgação de notas do Enem com erros. O governo Bolsonaro, entretanto, conseguiu reverter a decisão na terça (28) e os resultados foram liberados.