A Defensoria Pública da União (DPU) questionou na Justiça, nesta segunda-feira (27), a atitude no Twitter do ministro da Educação, Abraham Weintraub, neste final de semana. Pela rede social, o ministro respondeu ao pai de uma aluna atendendo a um pedido dele para que o MEC revise a nota da filha no Enem.
A representação foi feita pelo defensor João Paulo Dorini na ação que fez a Justiça Federal de São Paulo suspender a divulgação do resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Pela decisão, o Ministério da Educação (MEC) deve explicar como checou as notas dos estudantes.
No documento, Dorini diz que o ato constitui "seríssima ofensa ao princípio da impessoalidade". Ele menciona reportagem da Folha de S.Paulo e cita resposta do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em que o órgão informa que "o instituto está revisando as provas de todas as pessoas que estão reclamando de maneira informal, por meio das redes sociais, mas que não dará respostas individuais a elas, como fez Weintraub em relação a seu apoiador".
A DPU tem informações de alunos que pediram a revisão de suas notas e não foram atendidos um caso é citado na ação.
"Se aqueles que fazem pedidos informais nas redes sociais para revisão da nota são atendidos, por que não o são aqueles que o fizeram pelo canal criado pela própria Administração? E por que não se informa adequadamente cada um dos solicitantes da revisão, caso de fato ela já tenha sido realizada, já que o próprio ministro da Educação pôde fazê-lo pelas redes sociais para alguém que aparentemente ele sequer conhece pessoalmente?", questiona Dorini.
O pai da aluna para quem o ministro respondeu se diz apoiador do governo Jair Bolsonaro.