O segundo - e último - final de semana de vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) caracterizou-se pelo maior nível de dificuldade das provas em relação aos anos anteriores. Essa é a percepção de professores de cursinhos preparatórios de Porto Alegre ouvidos por GaúchaZH. Neste domingo (1), o quarto dia do concurso teve as provas de história e matemática. No sábado, foram realizados os testes de biologia, geografia e química. No próximo dia 16, a instituição divulga a lista dos aprovados. Já as matrículas para o primeiro semestre ocorrem entre os dias 2 e 4 de março de 2020.
Matemática, que costuma ser a vilã de muitos vestibulandos, manteve o alto nível de exigência dos últimos anos, na avaliação do professor André Corleta, diretor do Me Salva. Apareceram na prova questões envolvendo geometria plana, espacial e analítica, funções, sistemas lineares, probabilidade e estatística.
- A prova de matemática da UFRGS tradicionalmente é mais difícil que a média, mais até do que o Enem, em termos de conteúdo - constata.
Já em história, seguindo uma tradição de anos anteriores, o tema mais abordado foi a história do Brasil. O professor Marcelo Pitana, do Pré-vestibular Dimensão, lembra que apareceram questões sobre a lei de anistia durante a ditadura militar, o processo de redemocratização do país, populismo e conflitos indígenas. Também foram tratados assuntos como preservação do patrimônio histórico, iluminismo e a revolução francesa.
- Foi uma prova boa, que seguiu a linha cronológica de assuntos que se costuma trabalhar em sala de aula – avalia Pitana.
No sábado, biologia foi a matéria que mais trouxe dificuldades à maioria aos estudantes. Segundo a UFRGS, a média de acertos dos candidatos foi de 7,9639 entre 25 questões, a menor entre as provas do terceiro dia. Apenas seis candidatos acertaram todas as perguntas. Professor do Unificado e do Fênix Vestibulares, Augusto Braul destaca que os temas abordados seguiram padrão semelhante ao verificado em anos anteriores. Neste sentido, figuraram no exame assuntos como citologia, botânica e genética.
- Mas, nas questões difíceis, havia algumas que exigiam um conhecimento bastante específico, quase de terceiro grau, como uma sobre a abertura de poros nos grãos de pólen das plantas - exemplifica Braul.
Na prova de geografia, temas de geopolítica deram a tônica. O atrito comercial entre China e Estados Unidos, o conflito no Oriente Médio e as migrações apareceram nas perguntas. O professor do Fênix Vestibulares Giordano Bombardelli chama a atenção que, nesta edição, houve menos perguntas sobre o Rio Grande do Sul do que o habitual. Ninguém gabaritou a prova, que teve média de 10,9743.
- Nenhum assunto surpreendeu, mas foi uma prova que cobrou muitos detalhes e muitos assuntos da atualidade - diz Bombardelli.
Em química, o nível de exigência também aumentou na comparação com 2018, segundo o professor do Núcleo Exatas Tiago Taminini. Foram abordados temas tradicionais como cinética, termoquímica e eletroquímica, mas, desta vez, também se cobrou mais conteúdos relacionados à álgebra.
- O aumento no grau de exigência fica evidente na pujança dos cálculos. No ano passado, a prova foi estritamente teórica, tinha poucos raciocínios algébricos - compara.
Ao todo, 10 concorrentes gabaritaram a prova de química. A média geral ficou em 9,1813 acertos.