Mais um capítulo na novela que envolve a Escola Estadual Tuiuti, de Gravataí. Há algumas semanas, com um calor que se aproximou dos 40ºC na Região Metropolitana, professores registraram com um termômetro a temperatura interna de 50ºC em uma das salas de aula. Naqueles dias, seis pessoas passaram mal na instituição e os alunos precisaram ter aulas embaixo das árvores, com quadros improvisados nas paredes.
Agora, o problema é outro. A chuvarada dos últimos dias trouxe goteiras para as salas, e os alunos resolveram improvisar para poder dar sequência aos estudos. Na segunda-feira (4), à tarde, estudantes do 3° ano do Ensino Fundamental abriram os guarda-chuvas dentro da sala de aula para se proteger.
A professora da turma, Caren Renata Vieira, tirou uma foto e compartilhou no grupo de pais. Logo, a foto estava circulando pelas redes sociais e levantando, mais uma vez, a discussão sobre a situação da escola.
A foto que viralizou foi tirada na biblioteca. O espaço, assim como a sala multimídia e de informática, estão sendo usados desde julho como salas de aula. As prateleiras com livros foram afastadas e tapadas com TNT. No meio do cômodo, foram acomodadas as classes.
O DG acompanha a Tuiuti desde junho deste ano, quando pais e alunos ocuparam a escola por uma semana em protesto pelas condições estruturais dos prédios. Depois disso, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) enviou uma equipe técnica e retirou o forro dos quatro pavilhões da escola.
Em 2016, a escola foi uma contemplada com verba de R$ 120 mil.
O projeto foi encaminhado, mas a obra nunca saiu do papel. Em 2018, as condições estruturais do prédio pioraram e, no final do mesmo ano, o forro do quarto pavilhão caiu. O prédio foi interditado. Neste ponto, obras estão sendo realizadas desde julho.
– A obra, porém, está parada. Ontem (segunda, 4), a Coordenadoria Regional de Educação me disse que vão pagar mais uma parcela para a empresa e concluir o telhado – explicou a diretora Geovana Rosa Affeldt.
Com a retirada do forro, as salas ficaram sem isolamento acústico.
– Hoje (terça-feira, 5) mesmo tinha uma goteira onde eu estava sentada. Às vezes, temos provas e não conseguimos nos concentrar, porque a gente escuta tudo o que vem das outras salas – relata a estudante Shelly da Rosa Minussi, 18 anos, do 3° ano.
Obra em etapas
Um grupo de empresários doou R$ 15 mil e refez o forro do salão de eventos da escola. Como o salão fica no terreno, mas não consta como área escolar, foi possível utilizar a verba.
A Seduc informa que já estão sendo realizadas reformas estruturais em quatro prédios da instituição. A reforma dos pavilhões 1, 2 e 3, que somam juntos um investimento de R$ 525 mil, está em fase de licitação.
O prazo para entrega da obra, após assinada a ordem de início, é de 120 dias. A empresa responsável pelo pavilhão 4, que estava com a obra paralisada, já foi notificada pela Seduc e deve recomeçar os serviços imediatamente. Com um investimento de R$ 110 mil, a previsão é de que estes trabalhos estejam concluídos até o final do mês de novembro.