A Síntese de Indicadores Sociais divulgada na manhã desta quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traça um panorama sombrio para a juventude brasileira.
No ano passado, 22,3% da população na faixa etária dos 14 aos 29 anos não tinha ocupação no mercado de trabalho, nove pontos percentuais a mais do que em 2012. Nas outras faixas etárias, a taxa de desocupação é inferior a 9%. Conforme a publicação do IBGE, "conjunturas econômicas desfavoráveis tendem a atingir com mais intensidade a ocupação dos jovens, que também leva maior tempo para se recuperar posteriormente".
No Rio Grande do Sul, o índice de desocupados dos 14 aos 29 anos foi de 15,7% — era de 10% em 2012. Em Porto Alegre, a desocupação entre os jovens mais do que dobrou, saltando de 11,1% para 20,8% no período.
O estudo do IBGE, baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2018, também revela que o país tem uma proporção elevada de jovens que não trabalham nem estudam — a chamada geração "nem-nem". Na faixa dos 15 aos 29 anos, estão excluídos do mercado de trabalho e do sistema de ensino 23% dos brasileiros. É um dos piores índices entre países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e seus parceiros — que têm média de 13,2% de jovens sem estudar ou trabalhar. No Rio Grande do Sul, a proporção dos nem-nem é de 16,3%.
Os indicadores do IBGE mostram que na faixa dos 15 aos 17 anos — correspondente ao Ensino Médio — 11,8% dos brasileiros não frequentam a escola, o equivalente a 1,2 milhão de adolescentes. "A permanência dessa situação impossibilita a efetivação do direito de acesso à educação básica obrigatória", observa o relatório. Na faixa de 18 a 24 anos, 32,7% dos brasileiros não frequenta uma instituição de ensino.
No Brasil, 49% da população de 25 a 64 anos — metade da população — não tem Ensino Médio completo, quinto pior índice na OCDE e parceiros.