Recentes incêndios em locais que não contavam com Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI), como o Centro de Treinamento do Flamengo, no Rio de Janeiro, que causou a morte de 10 jovens, e o Hospital Fêmina, em Porto Alegre, ligaram o alerta para a situação em escolas públicas do Rio Grande do Sul. Somente seis das 2.256 escolas estaduais gaúchas possuem PPCI, conforme a Secretaria da Educação (Seduc-RS) – até a publicação desta reportagem, a pasta não havia informado os nomes das seis instituições.
As seis escolas que estão em dia com o PPCI foram regularizadas por iniciativa das próprias comunidades onde estão localizadas, e não do Estado. O secretário da Educação, Faisal Karam, determinou como prioridade da pasta para 2019 a regularização de todas as unidades.
— É lamentável chegar no início do ano de 2019 e não termos um projeto de prevenção contra incêndio nas nossas mais de 2 mil escolas. Mas essa é a realidade. O Estado está sendo omisso em responsabilidade. Acho que chegou o momento de enfrentar — declarou.
Estão em fase inicial de projetos para obter o PPCI 567 escolas (25%). Outras 853 (37%) tiveram os planos aprovados pelos bombeiros e aguardam elaboração de projeto a ser encaminhado pela Secretaria de Obras, que deve abrir licitação e escolher empresa para executá-lo. Outras 830 (36%) protocolaram os projetos e aguardam resposta do Corpo de Bombeiros.
A secretaria avalia que são necessários R$ 166 milhões em investimentos em 2019 para conseguir colocar todas as escolas em dia, com obras de pequeno ou médio portes para que todos os colégios tenham PPCI.
— Criamos um grupo de trabalho na última semana definindo que a prioridade é mover todos os recursos disponíveis em 2019, centrar esforço muito grande no PPCI. Para isso, terá que ser feito aumento no quadro funcional e terceirização de serviços — adiantou Karam, em entrevista à Rádio Gaúcha.
Ouça a entrevista do secretário
As aulas para 900 mil alunos da rede pública começaram nesta quarta-feira (20), mesmo sem a maioria das escolas estar preparada para emergências. Enquanto isso, a secretaria pede calma para pais de alunos e orienta que equipamentos de ar-condicionado não sejam ligados em instituições que não estão com a rede elétrica reforçada.