Educação

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UFRGS sobe cerca de 100 posições em ranking de universidades de países emergentes

Entre as brasileiras, UFRGS ficou atrás de USP, Unicamp, PUC-Rio e Unifesp, segundo a revista britânica Times Higher Education. Mas foi a instituição com o aumento mais expressivo

Guilherme Justino

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Adriana Franciosi / Agencia RBS
Instituição teve melhorias em todos os aspectos, mas em particular na transferência de conhecimento, conforme THE

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) é o destaque do Estado em uma lista de melhores universidades dos países emergentes divulgada nesta terça-feira (15) pela revista britânica Times Higher Education (THE), referência mundial em avaliar a reputação acadêmica. A instituição ocupa o quinto lugar entre as melhores brasileiras — atrás de USP, Unicamp, PUC-Rio e Unifesp —, mas teve um aumento expressivo em relação à posição que ocupou em 2018: passou da faixa entre os lugares 201 a 250 para a 119ª colocação.

A revista explica que a UFRGS teve "melhorias em todos os aspectos, mas em particular para a renda da indústria (transferência de conhecimento) este ano". O ranking leva em conta 13 indicadores para classificar as universidades, agrupados em cinco áreas: 

  • Ensino (o ambiente de aprendizagem)
  • Pesquisa (volume, rendimento e reputação)
  • Citações (influência de pesquisa)
  • Perspectiva internacional (equipe, estudantes e pesquisadores)
  • Rendimento da indústria (transferência de conhecimento).

Segundo o reitor da universidade, Rui Oppermann, a melhora expressiva no ranking deu-se por uma razão técnica: a sincronização da base de dados da universidade com o sistema do avaliador. Ele acredita que a medida que a universidade puder informar melhor os dados, a tendência é de que haja uma nova melhora na colocação. 

— Até o ano passado, a gente sempre foi muito mal avaliado porque não conseguíamos compatibilizar os nossos dados com o da THE. Esse pulou se deu muito mais porque agora eles tem acesso ao que a gente é — avalia. 

O reitor destaca que projetos de pesquisa, convênios para o desenvolvimento de instituições pública e privadas, desenvolvimento de tecnologias para serviços e o parque tecnológico da UFRGS contribuíram para a universidade melhorasse a relação com a comunidade. Essas interações, acredita, também servem para mostrar a relevância das instituições federais para a sociedade. 

— A mensagem maior para nós é que, no momento em que as universidades públicas federais estão sendo criticadas por não ter iniciativas, por não produzir inovação e tecnologia, a UFRGS está despontando nesse ranking. As universidades federais são importantes mecanismos de referência para a sociedade — diz. 

Além da UFRGS, aparecem na lista a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). UFRGS e UFPel melhoraram suas colocações em relação a 2018, enquanto PUCRS e UFSM amargaram quedas. A Unisinos manteve-se na mesma faixa.

Assim como a UFRGS, a UFPel também melhorou consideravelmente sua posição no ranking, saindo da faixa de 301-350 no ano passado para a de 201-250 neste ano. A partir da colocação de número 200, é difícil precisar a posição das universidades, já que a colocação exata não é informada e a divulgação ocorre por faixas.

Quando você investe em um sistema de Ensino Superior forte, está investindo na prosperidade futura de toda a nação."

ELLIE BOTHWELL

editora global de rankings da THE

O Brasil é o terceiro país mais representado na tabela, com 36 instituições incluídas — subindo de 32 no ano passado. No entanto, 17 destas decaíram este ano, incluindo suas duas principais universidades. A editora global de rankings da THE, Ellie Bothwell, afirmou que, como em muitos países da América Latina, o setor de Ensino Superior do Brasil está sofrendo os sérios efeitos colaterais dos contínuos cortes de financiamento.

— Enquanto isso, outras economias emergentes estão avançando em um ritmo mais acelerado, à medida que cada vez mais as vemos posicionando as instituições no centro de suas estratégias nacionais de crescimento econômico. O sucesso da Educação Superior depende de investimentos sólidos e sustentados e de um forte foco internacional, ambas as áreas em que o Brasil está ficando para trás. Sem investimentos ambiciosos, as universidades brasileiras lutarão, não apenas para competir em escala global, mas simplesmente para desenvolver e realizar seus potenciais individuais.

Ainda sobre a situação da educação brasileira, Ellie completou:

— Quando você investe em um sistema de Ensino Superior forte, está investindo na prosperidade futura de toda a nação.

O levantamento, que analisou 450 instituições de 43 países em quatro continentes, é liderado pela China, que tem sete universidades entre as 10 primeiras colocadas — mesmo feito do ano passado. A melhor entre as brasileiras é a USP, que caiu uma posição em relação a 2018, agora ocupando o 15º lugar.  Além da China, destacam-se entre as melhores universidades da Rússia, África do Sul e Taiwan. Até 2017, o ranking envolvia apenas os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), mas foi rebatizado no ano passado para avaliar as instituições das nações "emergentes".

As 10 melhores universidades brasileiras

  1. Universidade de São Paulo (USP): 15º lugar
  2. Universidade de Campinas (Unicamp): 40º lugar
  3. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio): 73º lugar
  4. Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): 97º lugar
  5. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): 119º lugar
  6. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG): 127º lugar
  7. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): 141º lugar
  8. Universidade Estadual Paulista (Unesp): 166º lugar
  9. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC): 182º lugar
  10. Universidade de Brasília (UnB): 201-250º lugar

As gaúchas no ranking

  • UFRGS: 119ª (201-250 em 2018)
  • UFPel: 201-250 (301-350 em 2018)
  • PUCRS: 201-250 (191ª em 2018)
  • Unisinos: 301-350 (mesma faixa de 2018)
  • UFSM: 351+ (301-350 em 2018)

Top 10 global

  1. Tsinghua University (China)
  2. Peking University (China)
  3. Zhejiang University (China)
  4. University of Science and Technology of China (China)
  5. Lomonosov Moscow State University (Rússia)
  6. Fudan University (China)
  7. Nanjing University (China)
  8. Shanghai Jiao Tong University (China)
  9. University of Cape Town (África do Sul)
  10. National Taiwan University (Taiwan)

Fonte: Times Higher Education Emerging Economies University Rankings 2019

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