
O novo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, prometeu em sua gestão priorizar o ensino básico no país e combater um suposto marxismo presente nas escolas e nas universidades. Nascido na Colômbia, ele foi naturalizado brasileiro em 1997.
Na Educação Básica, Vélez afirmou que a pasta trabalhará pelo combate ao analfabetismo e a ampliação e melhoria em creches e pré-escolas, além de manter os alunos nos níveis corretos de acordo com a idade. Ele também prometeu focar na educação de jovens e adultos e no pleno atendimento a pessoas com deficiência.
Em relação ao Ensino Superior, Vélez prometeu valorizar a tríade ensino, pesquisa e extensão e que, no setor privado, o foco será na qualidade dos cursos oferecidos. De acordo com o novo ministro, as ações de fundos internacionais de investimento em educação serão tratadas "com cuidado" para que se adequem aos objetivos da educação brasileira.
— Não permitiremos que pautas nocivas aos nossos costumes sejam impostas ao país com a alegação de que se tratam de temas adequados alhures por agências internacionais — disse.
Outro conceito combatido por Vélez, o chamado globalismo foi taxado por ele como uma "clara tentativa de sufocar os valores fundantes da nossa vida social".
Vélez afirmou ainda que o "lulopetismo" dilapidou a economia brasileira em "balcões escusos de negócios ao leiloar na bacia das almas da corrupção os recursos da nação, colocou em risco a sobrevivência das novas gerações" e que a retórica marxista tomou conta do espaço educacional.
Durante seu discurso na cerimônia de transmissão de cargo, Vélez citou o presidente Jair Bolsonaro por diversas vezes e atribuiu a ele a mudança de posicionamento da sociedade. Ele afirmou ainda que a facada que atingiu Bolsonaro durante a campanha eleitoral "derrubou um homem, mas levantou uma nação".
Indicado pelo guru da direita brasileira, o escritor Olavo de Carvalho, Vélez lembrou dele no discurso e disse que Carvalho, junto com o também escritor Antônio Paim são os pensadores do novo governo.
Antes de passar a caneta para seu sucessor, o ex-titular da pasta Rossieli Soares afirmou que a educação deve ser tratada com a mesma importância que a economia:
— O caminho é na Educação Básica. Essa é a boa guerra que o país precisa comprar. Precisamos de uma economia forte, mas é na Educação Básica que estão nossos maiores desafios — disse.
Futuro secretário de Educação de São Paulo, Rossieli defendeu que as universidades possam ter arrecadação própria.
O Ministério da Educação (MEC) extinguiu a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) e criou duas novas, a de Alfabetização e a de Modalidades Especializadas. As atribuições do órgão extinto foram distribuídas entre os dois novos.
A Secadi cuidava principalmente de assuntos relacionados a direitos humanos e étnico raciais. Todos os secretários da pasta foram empossados ao final da cerimônia.