O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tornou sem efeito nessa quinta-feira (17) a portaria publicada na véspera que indicou o doutor em Economia Murilo Resende para a diretoria do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela gestão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A decisão que destitui Resende do cargo de diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União, durante a noite. No texto, o ministro da Casa Civil não explica o motivo da dispensa do economista.
A indicação de Resende para o cargo provocou controvérsia desde que foi anunciada, no início do ano. Ligado ao guru bolsonarista Olavo de Carvalho, o economista não tem experiência com Educação Básica, foi acusado de plagiar um texto acadêmico e teve posições homofóbicas reveladas em antigas publicações em redes sociais. Ele também já chamou professores de "manipuladores" e de "gente que não quer estudar".
No dia da indicação, o presidente Jair Bolsonaro havia defendido o nome de Resende. Segundo o presidente, "seus estudos deixam claro a priorização do ensino ignorando a atual promoção da 'lacração', ou seja, enfoque na medição da formação acadêmica e não somente o quanto ele foi doutrinado em salas de aula".