A secretaria do Ministério da Educação dedicada a promover a diversidade e combater a discriminação deve ser extinta pelo governo Jair Bolsonaro.
Criada em 2004, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) tinha como função garantir que as políticas públicas do Ministério levassem em consideração questões de "raça, cor, etnia, origem, posição econômica e social, gênero, orientação sexual, deficiências, condição geracional e outras que possam ser identificadas como sendo condições existenciais favorecedoras da exclusão social".
Com a posse do professor Ricardo Vélez Rodríguez como ministro da Educação, o setor será desmontado, segundo apurou o jornal Folha de S.Paulo, com a finalidade de banir das escolas temas como diversidade, direitos humanos e educação étnico-racial. No lugar de secretaria, deve surgir uma estrutura para cuidar de educação especial, educação de jovens adultos, ensino rural e escolas para indígenas e quilombolas.
A extinção da Secadi é coerente com o discurso de campanha de Jair Bolsonaro. Ele criticou a atenção especial dada a minorias (o que chamou de "coitadismo") e a existência de uma suposta "ideologia de gênero" nas escolas, que favoreceria o despertar da homossexualidade.
Também será criada na estrutura do Ministério, segundo a Folha de S.Paulo, uma secretaria voltada exclusivamente à alfabetização, sob chefia de Carlos Francisco de Paula Nadalim, dono de uma pequena escola de Londrina que se tornou conhecido por postar na internet vídeos que defendem alfabetizar pelo método fônico (o chamado be-a-bá), que perdeu espaço nos sistemas de ensino ao longo das últimas décadas.