Anunciado como futuro secretário da Educação no governo de Eduardo Leite, que começa em 1º de janeiro, Faisal Karam (PSDB) defendeu que o pagamento em dia dos salários dos professores é fundamental para avançar em outros temas com a categoria. Karam falou com a imprensa na sede de transição, nesta sexta-feira (28), onde Leite anunciou os últimos nomes de seu primeiro escalão.
— A gente sabe que a grande dificuldade é o educador ir para dentro da sala de aula com salários atrasado. Ter de enfrentar uma turma diariamente de 30, 40 alunos, ter bom humor para isso e ainda passar educação. Então, o grande desafio, sem dúvida nenhuma, é colocar esses salários em dia o mais rápido possível, dentro da disponibilidade de caixa, e começar a discutir com a categoria outras coisas.
Questionado sobre o debate em torno do projeto Escola Sem Partido, Karam disse que o cenário atual do governo estadual não permite que esse tema seja uma das prioridades da Educação:
— Não é momento para tal. O Estado não tem condição de começar essa discussão. Pelo menos na minha opinião. Não sei o que os demais pensam. Agora, não é o momento para discutir isso. É o momento de união ou a gente não vai a lugar nenhum.
Karam também citou os desafios para garantir que a evasão escolar, principalmente nos últimos anos, diminua no Estado:
— É fundamental que a gente consiga criar uma estrutura adequada para que o aluno se sinta bem dentro da sala de aula. Que a sala de aula não seja um improviso, como temos algumas dentro do Estado.
Em relação ao Cpers, entidade que mantem embates acalorados com o governo estadual em relação a temas como o salário do magistério, o futuro chefe da pasta garante que pretende manter o diálogo com o sindicato.
— Serão sempre bem-vindos para discussão, dentro de uma realidade de respeito de parte a parte. Mas mais do que isso, ouvindo a classe dos professores, porque são eles que fazem essa transformação que a gente tanto precisa na educação.
Fechamento de escolas
Karam disse que o fechamento de escolas, promovido no governo de José Ivo Sartori, é "traumático", mas é necessário na busca pelo equilíbrio financeiro e melhor uso de recursos públicos.
— Não pode ter 20, 30 alunos dentro de um colégio, que demanda um número enorme de professores. Em outras escolas de maior porte, estão faltando esses professores. Eu sei que é traumático. O governo Sartori começou com esse processo de readequação e otimização de espaços e ele tem de continuar sendo avaliado. Tem de ser racional. Não existe mais recursos para fazer a vontade de um prefeito, de um vereador ou de parte da população.
Antes de divulgar o nome de Karam, Leite disse que buscava alguém com capacidade de gestão de grandes estruturas e de diálogo:
— Fazer rodar essa grande engrenagem com orçamento que é maior que o a prefeitura de Porto Alegre, por exemplo, exige muita capacidade de gestão...para garantir professor na sala de aula, garantir merenda, transporte e fazer essa engrenagem funcionar.