Depois de alcançar o assombroso índice de 13,6% em março, a taxa de desemprego no Brasil finalmente engatou marcha descendente - e quem estiver bem preparado terá mais chances de embarcar no "bonde do emprego" que poderá passar em 2018. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego vem diminuindo desde abril, em um movimento constante, apesar de lento. Na última pesquisa, em outubro, a taxa caiu para 12,2%, e economistas acreditam que, até o fim do ano, baixe até 11,7%.
Ou seja, vêm aí mais vagas. Na avaliação do diretor da Prepara Cursos, Guilherme Maynard, especialista em mercado de trabalho, o primeiro passo para se recolocar é caprichar na elaboração da carta de apresentação profissional: o currículo. É fundamental saber destacar os pontos fortes, como língua estrangeira, trabalho voluntário ou intercâmbio, por exemplo, detalhando como foi sua experiência.
- O candidato também pode e deve listar cursos como de informática ou profissionalizantes - afirma Maynard.
O especialista alerta que falta de experiência não é fator excludente para ninguém do mercado de trabalho, principalmente em momento de retomada da economia, quando as empresas buscam novos talentos.
- De maneira geral, a idade ou a falta de experiência não são vistas de maneira negativa pelas empresas. Afinal, em algum momento, as pessoas precisam começar a trabalhar para obter experiências de trabalho. E quando é este o caso (falta de experiência), outros pontos serão analisados pelo recrutador - afirma o especialista.
Competências comportamentais, como capacidade de liderança, facilidade em trabalhar em grupo, vontade de encarar novos desafios e vontade de aprender são alguns elementos que podem pesar a favor do candidato. Para conhecê-las, o candidato deve fazer uma autoanálise e sempre ser sincero para o recrutador. Conforme Villela da Matta, presidente da SBCoaching, muitas pessoas não conseguem visualizar suas forças, nem as oportunidades que estas forças lhe concedem, deixando passar boas chances de conseguir um emprego.
O período de final de ano, por sinal, pode ser um bom momento para buscar novas vagas. É quando empresas ainda buscam trabalhadores temporários e preenchem cadastros para substituir os funcionários em férias. Conforme Fernando Medina, diretor de operações da consultoria de Recursos Humanos Luandre, já há oferta de vagas temporárias estimuladas pela Páscoa, que em 2018 cai no final de março, o que leva as fábricas de chocolates a aumentar a produção e recrutar mais trabalhadores. Também haverá preenchimento de vagas em empresas de promoção e representação comercial.
- Os candidatos que comparecem às seleções que abrem nesta época do ano têm boas chances, já que a concorrência é menor neste período - diz Medina.
Sete dicas para aumentar as chances de emprego
- Dê uma revisada em seu currículo, com olhar crítico e questionando quanto cada item é relevante para o empregador e está depondo a seu favor. Lembre-se de que é importante destacar as realizações e habilidades, e não apenas descrever cargos e experiências.
- É fundamental no currículo ou carta de apresentação deixar claro os objetivos e mostrar, além do conhecimento técnico, também as competências comportamentais, como capacidade de liderança, habilidade em trabalhar em grupo e disposição para encarar novos desafios.
- Faça uma nova rodada de relacionamento com seu networking. Convide antigos colegas e chefes para tomar um café, expondo seu interesse em buscar uma recolocação _ isso pode abrir portas via indicações. Lembre-se que manter aquecido o networking deve ser um movimento contínuo.
- Comece a procurar emprego desde agora, não deixe para depois do Carnaval, quando você enfrentará a concorrência de um batalhão de candidatos. As empresas já começam desde já a preencher seus quadros para o longo do ano e também selecionam pessoal para vagas temporárias.
- Conheça os seus pontos fortes e foque no tipo de vaga que irá valorizar as suas características. Especialistas sugerem anotar forças e fraquezas em uma lista, com um olhar crítico e muitas vezes contando com a opinião de antigos colegas de trabalho. Isso apontará para o tipo de trabalho mais adequado a você.
- Seja positivo ao longo do processo de recrutamento. Afaste pensamentos que possam atrapalhar sua concentração e confiança, como "este recrutador não gostou da minha roupa", "gaguejei na apresentação", "vou esquecer algo", por exemplo.
- Por fim, esteja ciente de que nem sempre a vaga que irá surgir é a ideal. Muitas vezes, é melhor aceitar uma vaga que, embora não seja a sonhada, o recoloque no mercado de trabalho, gerando renda e aprendizado.
FONTE: Consultorias Lee Hecht Harrison América Latina, Luandre, Prepara Cursos e SBCoaching.