A decisão da prefeitura de Farroupilha de fechar sete escolas multisseriadas do interior do município não foi bem aceita pelas comunidades. São 81 alunos de sete instituições que serão remanejados para outras, chamadas de escolas polo, a partir do ano que vem. A principal mudança é que os estudantes passam a ficar separados por séries. Nas multisseriadas, turmas são formadas por alunos de séries diferentes, como educação infantil e 1º ano do ensino fundamental, por exemplo.
A Secretaria Municipal da Educação afirma que cumpre legislação e aposta em melhores condições de ensino. Entre os pontos levantados, estão as estruturas maiores, professores de áreas e conhecimentos específicos, além de orientador pedagógico. A secretária Elaine Giuliato diz ainda que as interações sociais serão favorecidas.
— A gente não quer dizer que não tenha qualidade nessas escolas (multisseriadas). Mas, vamos dizer assim, que as questões de ensino, aprendizagem e de socialização, que tudo que acontece em uma escola, ficam prejudicadas em função da estrutura de atendimento dessas escolas. Pensando em tudo isso, eu vejo que não é nem tanto uma questão de custo, mas também uma questão de ensino e aprendizagem — diz Elaine.
Segundo a secretária, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) fez notificações destacando a necessidade de garantir equidade no gasto por aluno da rede pública. Conforme Elaine, uma escola na cidade tem custo anual de cerca de R$ 5 mil por aluno, enquanto as do campo com poucos alunos chegam a triplicar esse valor.
Outro motivo é a impossibilidade legal de agrupar turmas de educação infantil com ensino fundamental, o que geraria a necessidade de um professor específico para um número pequeno de crianças que frequentam a pré-escola. A secretária diz ainda que o Conselho Municipal de Educação também notificou a Secretaria acerca do número mínimo de 17 estudantes no ensino fundamental em escolas multisseriadas, o que não era atingido em alguns casos.
Apesar das explicações, os pais estão inconformados e querem que a decisão seja revista. Cedenir Campagnaro, que tem um filho matriculado na escola 13 de Maio, na Linha 47, destaca a qualidade da instituição.
— A escola (multisseriada) tem uma qualidade de ensino muito importante, os professores dão uma atenção muito boa para os nossos filhos. A gente se sente bem quando nossos filhos estão na escola. Eu não vejo motivo para fechar a escola. Eles alegam baixar custos, mas, pelo número que nos passaram, não entendi onde vão cortar custos. Os professores, eles terão de continuar mantendo, e o transporte, a prefeitura também terá de continuar mantendo.
A preocupação dos pais também é com o tempo de deslocamento. Segundo Campagnaro, o filho dele demora, no máximo, 15 minutos para chegar à escola. Se transferido para a escola Júlio Mangoni, que fica na Vila Jansen, demoraria em torno de 30 minutos. A Júlio Mangoni junto com a Nova Sardenha serão as duas escolas polo.
O transporte escolar será mantido. Conforme a Secretaria da Educação, o máximo de distância entre a escola multisseriada e uma escola polo é de sete quilômetros.
Confira escolas que serão fechadas:
Angelo Rigatti, na Linha Müller
Terezinha Travi, na Linha Ely
João XXIII, em Monte Bérico
Luiz Busetti, na Linha Jacinto
Segundo Biasoli, na Linha Jacinto
Eugênio Ziero, na Linha República
13 de Maio, na Linha 47