Funcionários da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) estão com os salários atrasados há dois meses em todo o Rio Grande do Sul. O parcelamento acontece pelo menos desde junho, conforme relato de trabalhadores.
Apenas um total de R$ 1 mil referente aos salários de setembro foi pago, sendo que o dia de vencimento é o quinto dia útil do mês. Já os salários de outubro ainda não entraram nas contas – o prazo venceu na última quarta-feira (8). O atraso dos vencimentos atinge trabalhadores de todas as áreas da universidade.
Diversos funcionários confirmaram o problema à reportagem. Um deles, que não quis se identificar, contou que a universidade prometeu quitar os salários de setembro e pagar 30% dos salários de outubro na última quarta, mas que o pagamento não foi feito.
— Estou desde 2015 na Ulbra e, se recebi oito meses de salários em dia, é muito. Tenho muitos colegas que estão com dívidas de cartão de crédito e que fizeram empréstimos, tem gente atolada na dívida. Estamos sem gestão na Ulbra. Eles alegam que o problema são os repasses do Fies, que não chegam, mas entendo que a universidade não pode contar somente com isso — lamentou.
A Ulbra confirmou, por meio de nota, que o pagamento previsto para quarta não pôde ser feito porque houve atraso nos depósitos referentes ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), de responsabilidade do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação. A universidade ainda informou que "todas as medidas institucionais possíveis para a concretização mais rápida desta previsão já estão sendo adotadas, e assim que confirmada a previsão, serão efetuados os pagamentos previstos de forma imediata".
A folha de setembro foi integralizada apenas para 25% dos funcionários que recebem até R$ 1 mil. A universidade informou ainda que os funcionários da educação básica tiveram os salários quitados.
A reportagem questionou o FNDE sobre o assunto e aguarda retorno.