Os professores estaduais gaúchos decidiram entrar em greve a partir do dia 13 de dezembro. A decisão foi tomada por maioria na tarde desta quinta-feira em assembleia geral do Cpers realizada em frente ao Palácio Piratini.
Na próxima terça-feira, está programada uma mobilização de diversas categorias estaduais que deve, segundo o sindicato, durar até a votação, na Assembleia Legislativa, do pacote de medidas para tentar conter a crise financeira encaminhado pelo governador José Ivo Sartori.
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A Praça da Matriz foi escolhida porque o tradicional local de assembleia dos professores, o Gigantinho, já estava reservado. Representantes dos 42 núcleos regionais estiveram representados. Entre os itens mais contestados do pacote, estão a extinção da licença-prêmio e o término da cedência remunerada de servidores para sindicatos. Alem disso, os professores defendem a garantia do pagamento em dia do 13º salário e o fim do parcelamento salarial mensal.
– Ele quer trabalhadores que baixem a cabeça no primeiro grito do patrão –desabafou a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, em cima do caminhão de som, sobre as medidas encaminhadas por Sartori.
Carmen Fão, que é funcionária da escola Santa Eulália, de Pelotas, defendeu a greve.
– Parcelamento de salários, perda de direitos adquiridos. Uma vergonha. Professor não é valorizado. A educação, a saúde e a segurança estão um caos. Faltam professores, funcionários.
O ano letivo de algumas escolas terminaria ao longo do mês de janeiro de 2017, em razão da greve de 54 dias ocorrida entre maio e julho deste ano. Conforme a Secretaria estadual da Educação, a maioria das instituições terminaria as aulas no fim de dezembro. A paralisação da metade do ano foi motivada pelo parcelamento dos salários.
A presidente do Cpers, Helenir Schürer, disse que cabe ao governador José Ivo Sartori decidir sobre a recuperação das aulas e a conclusão do ano letivo.
– Isso o governador vai ter que responder. Se ele não quiser que a gente entre em greve, ele resolva e retire o pacote – afirmou Helenir.
Cada escola é responsável pelo cronograma do ano letivo, que precisa ter no mínimo 200 dias. O secretário Luís Alcoba de Freitas espera que haja bom senso dos professores:
– Nós acreditamos que os professores não vão aderir ao posicionamento da categoria. Grande maioria das escolas termina o ano letivo em 23 de dezembro. Só seria prejuízo aos estudantes. Eles seriam os prejudicados. Acreditamos que vamos normalmente terminar o ano letivo.