É cada vez maior a preocupação das empresas para que sejam cumpridas todas as regras, as leis e os regulamentos aos quais devem se submeter. Esta preocupação envolve todas as áreas e atividades da empresa e inclui as regras impostas pelas agências reguladoras do governo desde leis tributárias, regras contábeis e até licenças ambientais.
Essa preocupação está representada nas organizações pelo Compliance, que são as práticas de gestão para eliminar fraudes, aumentar os controles internos e trazer benefícios como a redução de custos, o melhor controle do negócio e a eliminação de muitos riscos. Quando as empresas criam regras claras, evitam o retrabalho e tornam-se mais eficientes, reduzindo o desperdício e melhorando o desempenho da empresa.
Os holofotes do mercado nacional estão voltados para o Compliance, que estabelece o código de ética e conduta da empresa e um sistema eficaz de punição. As políticas e procedimentos são estruturados para comunicar que o programa existe e deve ser seguido, caso contrário, as punições podem chegar até a pessoa física e causar grandes prejuízos para a empresa e para quem descumprir com estas regras.
Essas práticas formam um novo cenário que estimula a ética,a conduta e a transparência, que precisam estar enraizadas na empresa e nas pessoas que nela trabalham, pois são obrigações compartilhadas... e percebo que aí reside o maior perigo!
Acompanhando empresas de diversos segmentos, na área de gestão de pessoas e desenvolvimento de lideranças, observo que muitas delas estão trabalhando fortemente para o aculturamento de seus profissionais e administração dos conflitos gerados pelas diferenças individuais.
O foco tem sido a busca de uma maior aproximação e o apoio de todos para a prática do Compliance. Sabemos que, para muitos, isso exige um novo modelo de gestão, uma nova mentalidade e uma nova cultura.
A solução das empresas bem-sucedidas tem sido utilizar a educação executiva para a união e comprometimento das equipes. Através de palestras e treinamentos para o engajamento e desenvolvimento de todos os funcionários, bem como, novos estilos e posturas de liderança.
A situação brasileira se torna mais difícil nesta questão,uma vez que muitas empresas brasileiras ainda não perceberam a importância do Compliance e sua relevância para melhorar a performance das organizações. Os seres humanos não são máquinas. Não é suficiente criarmos regras, normas e descrevê-las em um computador e pedir que eles as cumpram como se fossem um software rigorosamente programado.
Condutas éticas, valores e comportamentos são subjetivos,complexos, e seus resultados costumam ter origem emocional, frequentemente desconhecida. O Compliance serve para melhorar a imagem da empresa perante o mercado e todos os interessados em seu bom desempenho (chamados de stakeholders), e a protege de problemas jurídicos e multas que podem comprometer a estabilidade financeira.