A CMPC, multinacional chilena que produz celulose no Rio Grande do Sul, realizou, na manhã desta segunda-feira (2), uma cerimônia para marcar a inauguração de uma fase mais sustentável da sua operação no Estado. O projeto, batizado de BioCMPC, recebeu um aporte de R$ 2,75 bilhões.
O investimento foi realizado na planta da empresa no município de Guaíba. Ao todo, foram realizadas 31 ações, divididas em três blocos: melhoria de controles ambientais, gestão ambiental e modernização operacional. Nove das medidas estão relacionadas à implantação de novos equipamentos de controles ambientais e ao repotenciamento de sistemas já existentes, oito são estratégias voltadas à gestão ambiental e 14 são ações de modernização operacional.
— Esse investimento mostra confiança no Brasil, gera emprego, gera renda, gera mais produção e promove o desenvolvimento sustentável — afirmou o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, presente na cerimônia em Guaíba.
Um dos destaques da cerimônia desta segunda-feira foi o ato simbólico de desligamento definitivo da caldeira a carvão que funcionava no local. Um nova caldeira de recuperação, funcionando a base de biomassa, já opera em seu lugar.
Ao todo, com as melhorias do BioCMPC, a empresa projeta diminuir as emissões de gases de efeito estufa na planta de Guaíba em até 60% do total anterior. A CMPM tem como meta diminuir em 50% as emissões de todas as suas operações até 2030.
Tínhamos o desafio de deixar a planta mais sustentável e alinhada com os tempos atuais. Foram quase 24 meses de obras, mais de 30 ações concretas destinadas a melhorias, ações sustentaveis, como a operação de uma nova caldeira recuperadora que funciona à base de energia limpa.
LUIS FELIPE GAZITÚA
Presidente do conselho das empresas CMPC
Antes da implementação da nova operação, a planta da empresa em Guaíba produzia cerca de duas milhões de toneladas de celulose por ano. Com as mudanças, que já estão em todas em operação, a expectativa é que a produtividade aumente em até 350 mil toneladas por ano, cerca de 18% do total anterior.
— Essa inauguração, com mais de R$ 2,7 bilhões de investimento na melhoria da planta industrial, reforça o compromisso com a sustentabilidade, e dá uma enorme contribuição para o desafio de produzir mais e com mais respeito ao meio ambiente — reforçou o governador Eduardo Leite, também presente no evento.
O ministro Paulo Pimenta, que comanda a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República e que chefiou ao longo do ano o ministério da Reconstrução, também esteve na cerimônia. O evento ainda contou com a presença do embaixador do Chile no Brasil, Sebastián Depolo, do prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, e do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), entre outras autoridades.
Maior investimento privado na história do RS
Além do BioCMPC, a multinacional chilena tem outro investimento de grande porte planejado para realizar no Rio Grande do Sul. Trata-se do projeto chamado Natureza, que prevê a construção de uma nova unidade fabril em Barra do Ribeiro.
A nova planta terá capacidade estimada de produção de 2,5 milhões de toneladas anuais de celulose. Também estão previstos 12 mil novos postos de trabalho nas obras, e 1,5 mil na operação posterior.
O Natureza tem investimento previsto de U$ 4,6 bilhões, cerca de R$ 24 bilhões. O anúncio foi feito ainda antes da enchente que devastou o Rio Grande do Sul em maio, e assegurado pela empresa após o evento climático extremo.
Segundo a CMPC, o projeto ainda está na fase de estudos de impacto ambiental junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Se todas as aprovações forem obtidas, as obras da nova planta podem começar em meados de 2026.