O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (4) que o forte crescimento da economia brasileira é atribuído à "qualidade" do ajuste fiscal feito pela pasta, que se focou "em quem deixou de pagar impostos".
— O resultado dessa política é que você consegue fazer o ajuste sem prejudicar o crescimento econômico — disse.
Segundo o ministro, a ideia de fazer um ajuste cobrando da população pobre prejudica o consumo e o investimento, mas a agenda da Fazenda permitiu o crescimento dessas duas variáveis e o controle da inflação.
Ele repetiu que a pasta "abriu a caixa-preta" dos grupos econômicos no Brasil quando aprovou a sua agenda de aumento da arrecadação:
— Eram quase 2% do PIB a menos em arrecadação em virtude desses "campeões" que se apropriaram do orçamento.
Banco Central
Quando perguntado sobre o aumento do juro pelo Banco Central (BC) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), Haddad disse considerar deselegante opinar sobre o tema.
— Confio muito na capacidade técnica das pessoas que estão à frente do BC, não acho elegante dizer o que o BC tem de fazer, assim como eles também respeitam a autoridade fiscal do ministério da Fazenda — afirmou.
O ministro lembrou que o governo já indicou quatro diretores para o BC e, agora, Gabriel Galípolo, atualmente diretor de Política Monetária e indicado para a presidência da autarquia, deve ser sabatinado pelo Senado.
Pouco antes, falando sobre o crescimento do PIB, Haddad defendeu que a Fazenda tem conseguido conduzir um "ajuste" de forma que a atividade não comprometa a inflação. Ele repetiu que o Brasil tem de crescer mais do que a média mundial, afirmando que o Fundo Monetário Internacional (FMI) já vê um PIB potencial de 2,5% para o Brasil.