O dólar opera em baixa na manhã desta segunda-feira (22), em meio ao bom humor externo após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desistir de concorrer à reeleição, e do corte de juros na China. Após fechar a sexta-feira (19) em R$ 5,60, a moeda americana abriu o dia em R$ 5,57.
O dólar exibe ainda quedas ante moedas emergentes e ligadas a commodities pares do real.
A expectativa nos EUA é de que a vice-presidente, Kamala Harris, ganhe a indicação do partido Democrata para disputar a eleição de novembro com o ex-presidente Donald Trump.
Lá fora, as bolsas europeias e os índices futuros em Nova York sobem, enquanto os juros longos dos Treasuries recuam e a moeda americana cai frente pares principais.
Mercado brasileiro
Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar na última quinta-feira (18) o bloqueio de R$ 15 bilhões para cumprimento da nova regra fiscal neste ano, o mercado aguarda detalhamento do contingenciamento, que pode ser parcial hoje no relatório de receitas e despesas. O detalhe do congelamento para cada um dos ministérios e órgãos federais só deve sair no dia 31.
Até lá, o governo pode negociar a distribuição dos R$ 15 bilhões de corte entre os ministérios. Nesta segunda-feira, é esperada a divulgação da evolução de gastos com BPC e seguro-desemprego, que vem aumentando; frustrações de receita; mudança de expectativa de receita (deve haver revisão para baixo), e como a desoneração entrará na conta este ano.
Técnicos do Legislativo avaliam que, ao mirar o resultado primário no limite inferior da nova regra fiscal, ou seja, em um déficit de até R$ 28,8 bilhões, a equipe econômica "queima" o primeiro seguro autorizado pelo Congresso para a obtenção do centro da meta, estabelecida em déficit zero este ano.
Os R$ 3,8 bilhões do orçamento que serão contingenciados pelo governo serão suficientes apenas para colocar a projeção de resultado primário no limite inferior da meta fiscal.