Depois de confirmar acordo de prestação de serviços pro bono (sem cobrança) com a prefeitura de Porto Alegre, a consultoria internacional Alvarez&Marsal também firmou um "contrato sem ônus" com o governo do Estado.
Conforme o secretário extraordinário de Apoio à Reconstrução, Pedro Capeluppi, várias consultorias procuraram o governo do Estado para ajudar na tragédia. Além da A&M, cujo contrato já está firmado, haverá acordo em termos semelhantes com a McKinsey e a EY (antes Ernst&Young).
— A administração pública não tem capacidade de resposta para um evento deste tamanho sem ajuda externa. As consultorias têm um papel extremamente relevante, principalmente em questões de infraestrutura. A A&M vai nos ajudar por 30 dias, sem ônus, no mapeamento do que precisa ser refeito, em infraestrutura básica, moradias, escolas, hospitais, prédios públicos e estruturas urbanas.
A A&M se tornou mais conhecida entre os brasileiros quando contratou o ex-juiz Sergio Moro, em 2022, mas atuou nas recuperações do Estado americano de Lousiana, depois da passagem do furacão Katrina, em 2005, e de Brumadinho, após o estouro da barragem da Vale, há cinco anos.
Indagado sobre a possibilidade de estender esses acordos sem ônus para contratos pagos, Capeluppi disse que, neste momento, "é muito difícil responder":
— Estamos ainda com foco total na organização para identificar o que vai ser feito nesse momento.
Assim como o papel da A&M será mapear as necessidades de reconstrução, o da EY será identificar todas as fontes disponíveis de recursos - públicos, privados, de instituições multilaterais (Banco Mundial, BID, CAF, NDB) - para fazer o trabalho necessário. A McKinsey, que já elaborava uma agenda de desenvolvimento do Estado, vai atuar na última etapa desenhada no Plano Rio Grande, de mais longo prazo.
— Nosso desafio é reconstruir, mas não o que existia antes. Precisamos fazer com uma visão de futuro e de adaptação à mudança climática. Tivemos um enorme impacto na economia e na sociedade gaúcha. Precisamos reconhecer isso e agir com o setor público muito bem organizado, de uma forma como nunca esteve — afirma Capeluppi.