A cesta básica de Porto Alegre chegou ao penúltimo mês do ano sem alterações. É o que mostra o levantamento mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado nesta quarta-feira (6).
Entre outubro e novembro, o conjunto de 13 alimentos pesquisados pelo departamento na Capital manteve o mesmo valor: R$ 739,18. Apesar da estabilidade, a cesta básica soma baixas em outros comparativos. Só em 2023, por exemplo, a queda é de 3,45%. Enquanto nos últimos 12 meses, a deflação foi -5,42%.
Analisando individualmente os produtos e os alimentos sondados pela pesquisa, a maior alta foi da batata, que saltou 13,17% entre outubro e novembro. No lado oposto, uma das maiores reduções de preço foi do café, que ficou 2,79% mais barato no mesmo período. Dos 13 itens pesquisados, sete tiveram recuo de preço e seis ficaram mais caros. Entretanto, com exceção da batata, todas as variações foram pequenas, abaixo do 4%, seja em inflação ou deflação. A maior baixa foi do tomate (-5,42%).
Com os índices, Porto Alegre deixou de ter a cesta básica mais cara entre as 17 capitais onde o Dieese faz o levantamento. Isso havia ocorrido em meses anteriores. Agora, a Capital ficou em terceiro lugar, atrás de São Paulo (R$ 749,28) e Florianópolis (R$ 747,59). A cesta mais barata do país segue em Aracajú, custando R$ 516,76.
Chuvas e calor afetaram preço da batata
No documento divulgado nesta quarta, o Dieese explica as razões para a variação de preço de alguns itens. No caso da batata, o problema foi atrelado as chuvas que assolaram o país nos últimos meses. "Chuvas e altas temperaturas dificultaram as atividades na lavoura e prejudicaram a qualidade das batatas, o que resultou em aumento dos preços no varejo", cita a pesquisa.
A carne bovina teve uma inflação de apenas 0,11% em Porto Alegre, na contramão de outros locais do país. O relatório cita "o ótimo desempenho das exportações da carne bovina resultou em menor disponibilidade interna e elevação dos preços no varejo".
Em relação ao café, o Dieese aponta que os preços do produto oscilaram no decorrer de novembro. "O preço internacional e a exportação brasileira caíram e os custos de produção foram altos em 2023, o que evidencia que o setor passa por momentos de incerteza", diz o documento. No varejo, as cotações "ficaram menores em relação ao mês anterior".
Sobre o tomate, o documento pontua que "o calor excessivo fez com que os frutos maturassem mais rápido, aumentando a oferta, o que fez os preços caírem".
A pesquisa do Dieese ainda aponta qual seria o salário mínimo necessário para uma família brasileira. Em novembro, o valor para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.294,71 ou 4,77 vezes o mínimo atual de R$ 1.320,00.