Durante a passagem do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, pelo Estado, lideranças empresariais do Vale do Taquari estiveram reunidas na Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) para intensificar a cobrança pela liberação de recursos emergenciais anunciados pelo poder público para auxiliar na recomposição dos municípios afetados pelas enchentes de setembro e que acabaram novamente atingidos pelo excesso de chuvas em novembro.
Enquanto Pimenta fazia novo anúncio de R$ 45,6 milhões para o custeio de ações nesses locais, representantes do setor produtivo se queixavam da dificuldade encontrada para acessar recursos e criticavam as condições, consideradas pouco atrativas, em prazos e juros de financiamentos direcionados à recomposição de segmentos que vão da agroindústria até a produção de vinagre.
Um dos principais alvos era justamente o de maior valor. Trata-se da promessa de liberação de R$ 1 bilhão, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para auxiliar na recuperação da economia das cidades afetadas. Após o comunicado feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em setembro, foram publicadas as medidas provisórias nº 1.189 (R$ 200 milhões) e 1.190 (R$ 400 milhões), que totalizam R$ 600 milhões em empréstimos.
O problema, aponta o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, é que ao contrário do entendimento inicial, os valores são utilizados como garantia para empréstimos concedidos pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica e não como base financeira para os financiamentos. Além disso, os juros (variáveis em alguns casos) tornam as operações caras e contraindicadas às empresas que já enfrentavam dificuldades - algumas foram pegas por uma segunda enxurrada que tornou os prejuízos ainda maiores.
Além da necessidade de Capital, há muitos relatos de recusa no pagamento de apólices de seguros e também a constatação de que a verba de R$ 1 bilhão viabilizada pelo Banrisul tem sido usada para recursos do Pronaf, ou seja, já existentes, segundo o relato de pelo menos três participantes do encontro.