Além de uma taxa de desemprego em 5,3%, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada nesta terça-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstra que a média dos rendimentos efetivamente recebidos no Rio Grande do Sul atinge a marca de R$ 3.251 no segundo trimestre deste ano — a quinta maior do país atrás do Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Porém, na passagem dos primeiros três meses deste ano, quando registrava R$ 3.536, a média gaúcha recuou R$ 285, o equivalente a 8,06%. A queda no RS supera a apurada no país, que foi R$ 245 — passou de R$ 3.186 para R$ 2.941, o que representa recuo de 7,69%.
A economista chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, afirma que é mais difícil definir uma trajetória futura sobre os rendimentos, pois isso depende de três forças: a dinâmica da inflação, a resiliência do desempenho do mercado formal de trabalho e a evolução do mercado informal.
Ela aponta que a taxa de informalidade no RS é de 32,4%, a quinta mais baixa do Brasil. Na comparação com o mesmo período de 2022, acrescenta, houve redução (era de 32,8%), num cenário de aumento da participação da população na força de trabalho e de diminuição da taxa de desocupação.
Isso significa, comenta Patrícia, que “efetivamente o mercado de trabalho formal tem performado bem”, o que tende a ser benéfico para a renda ao longo do tempo.
Existe, na avaliação da economista, algumas hipóteses para isso: melhores condições de contratação formal advindas da reforma trabalhista, atividades tipicamente mais formais que tem desempenhado relativamente melhor na economia e condições também relativamente melhores de acesso a crédito por parte das empresas maiores e mais equilibradas do ponto de vista econômico-financeiro, que costumeiramente empregam com carteira assinada.