Como uma dose de liberdade pode mudar vidas? A provocação norteou um dos principais painéis da noite de estreia do Fórum da Liberdade, nesta quinta-feira (13), em Porto Alegre, levando ao palco três pensadores para debaterem sobre liberdades civis, políticas e econômicas.
Diogo Costa, cientista político e CEO do Instituto Millenium, abriu o último painel da noite falando sobre o poder de escolha dos indivíduos como ferramenta para se construir uma democracia liberal. O painelista citou exemplos de experiências mundiais baseadas na proteção social focada no poder de escolha das pessoas. Segundo Costa, os vouchers sociais, que se tornaram populares em vários países, dão condições para que as pessoas utilizem os recursos conforme suas vontades, retirando-as de uma situação de dependência.
O cientista propôs uma agenda de abundância de bens e serviços e de uma nova rede de proteção social baseada em mecanismos que permitam os indivíduos tomar decisões.
— São novas formas de pensar a democracia liberal, colocando a escolha em quem arca com a consequência dela — defendeu Costa sobre a possibilidade de se construir uma sociedade baseada na escolha das pessoas.
Antonella Marty, diretora associada da Atlas Network e pesquisadora para a América Latina, juntou-se ao painel argumentando que a liberdade individual “passa por questionar tudo, inclusive o que acreditamos”. Para a pensadora, é fundamental que se discuta sobre a necessidade de viver a vida a pleno e de ter empatia para mudar as coisas. Essa “é uma das maiores revoluções que se pode travar”, segundo Antonella.
A conferencista frisou que é preciso cuidado para não cair em falácias narrativas. Nesta linha, destacou que ofender não se trata de liberdade de expressão. A falta de empatia ou de responsabilidade emocional de quem ofende é o erro de achar que a liberdade permite agredir, mesmo que não fisicamente.
Professor adjunto do Cato Institute, o argentino Martín Krause levou para o painel um debate sobre competição e qualidade em instituições políticas e de mercados. Segundo o painelista, a boa qualidade institucional é o que determina o bom desenvolvimento de um país. Isso passa pela importância das instituições e organizações, juntas em um objetivo comum, em definir as regras do jogo. Kruse reforçou que o movimento de recursos, de pessoas, de dinheiro e até de tecnologia se dirige para onde há mais oportunidade de progresso e de qualidade institucional.
— É o tipo de competição onde todos podem ganhar — disse Krause.
A programação da 36ª edição do evento segue nesta sexta-feira (14). A agenda deste ano conta com mais de 40 conferencistas e 20 horas de discussões sobre economia, política, liberdade individual, agronegócio, empreendedorismo, entre outros temas.