Cerca de 1,4 milhão de cadastros no Bolsa Família foram cancelados em razão de irregularidades. De acordo com o ministro Wellington Dias, do Ministério do Desenvolvimento Social, trata-se de beneficiários que vinham recebendo o então Auxílio Brasil de forma indevida. Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (3).
No mês passado, a pasta havia informado que a suspeita era de que havia 2,5 milhões cadastros suspeitos no programa social. Segundo dados do ministério, outros 4,1 mil inscritos já saíram voluntariamente.
— O número exato (de beneficiários a serem excluídos) só sai com a conclusão (da revisão). São muito fortes os indícios de que mais 1 milhão não preenchem os requisitos — disse o ministro na coletiva.
Como ainda restam cerca de 1 milhão de cadastros suspeitos, o governo federal afirmou que vai contratar cerca de 12 mil pessoas para trabalhar na atualização de dados dos beneficiários:
— Serão pessoas treinadas, qualificadas para a atualização do cadastro. Esse repasse vai permitir a busca ativa das pessoas, tirando quem não tem direito, mas também incluindo pessoas que têm direito, mas não estavam incluídas.
Para a contratação temporária de pessoal na tarefa de atualização do Cadastro Único (CadÚnico) serão destinados pela pasta cerca de R$ 200 milhões. O trabalho pretende ainda focar na inclusão de pessoas em situação de extrema pobreza fora do programa.
Depois de ser relançado por meio de medida provisória nesta quinta (2), o benefício começa a ser depositado a partir do dia 20 deste mês. A Caixa Econômica Federal divulgou o calendário nesta sexta-feira.
A partir deste mês, o programa vai pagar R$ 600 por família, mais R$ 150 por criança de até seis anos. A partir de junho, passará a ser pago um adicional de R$ 50 por integrante entre sete e 18 anos incompletos e gestantes cadastradas na família. As famílias elegíveis vão migrar automaticamente do Auxílio Brasil para o Bolsa Família, sem necessidade de realizar novo cadastramento.