O banco suíco UBS anunciou neste domingo (19) a compra do concorrente Credit Suisse por 3 bilhões de francos suíços — o equivalente a US$ 3,23 bilhões. Segundo a agência Reuters, o banco concordou em assumir até US$ 5,4 bilhões em perdas. Cada acionista do Credit Suisse vai receber uma ação do UBS para cada 22,48 ações do Credit Suisse, o equivalente a 0,76 francos suíços por ação.
As negociações foram intermediadas pelo Departamento Federal Suíço de Finanças, FINMA e Banco Nacional Suíço (SNB, na sigla em inglês), como forma de garantir a estabilidade financeira após a crise de confiança no Credit Suisse que emergiu na última semana respingasse no sistema financeiro local.
"A combinação deve criar um negócio com mais de US$ 5 trilhões em ativos totais investidos e oportunidades de valor sustentável. Isso fortalecerá ainda mais a posição do UBS como o principal gestor de patrimônio global com sede na Suíça, com mais de US$ 3,4 trilhões em ativos investidos em uma base combinada, operando nos mercados de crescimento mais atraentes", afirmou o banco em comunicado.
"Esta aquisição é atraente para os acionistas do UBS, mas, sejamos claros, no que diz respeito ao Credit Suisse, este é um resgate de emergência", declarou o presidente do UBS, Colm Kelleher. "Estruturamos uma transação que preservará o valor deixado no negócio, limitando nossa exposição negativa. Adquirir as capacidades do Credit Suisse em gestão de patrimônio, gestão de ativos e serviços bancários universais suíços aumentará a estratégia do UBS de aumentar seus negócios de capital leve".
Segundo maior banco da Suíça, Credit Suisse viu as próprias ações caírem 20% somente na quarta-feira (15), depois que o seu principal acionista, o Banco Nacional Saudita, anunciou que não vai apoiar a instituição com um aumento de participação no capital. A instituição se tornou o maior acionista do Credit Suisse durante um aumento de capital anunciado em novembro, para financiar uma grande reestruturação da instituição.
O episódio vem na esteira de uma turbulência pela qual passa o mercado financeiro após a falência do Silicon Valley Bank (SVB), nos Estados Unidos.