As ações do banco Credit Suisse estavam operando em queda livre nesta quarta-feira (15) na bolsa suíça, depois que o principal acionista, o Banco Nacional Saudita, anunciou que não vai apoiar a instituição com um aumento de participação no capital.
Às 7h40min, no horário de Brasília, o título do segundo maior banco da Suíça estava em queda de 19,7%, a 1,7985 franco suíço, depois de registrar o mínimo histórico de 1,7070 francos durante a sessão.
O Banco Nacional Saudita se tornou o maior acionista do Credit Suisse durante um aumento de capital anunciado em novembro, para financiar uma grande reestruturação da instituição. Questionado pela Bloomberg TV se o banco saudita poderia investir mais na instituição, o presidente, Amar Al Judairy, descartou a opção.
— A resposta é absolutamente não, por várias razões cada vez mais simples, que são regulatórias e estatutárias — declarou.
Os sauditas têm atualmente 9,8% do banco suíço.
— Se superarmos 10%, entram em vigor uma série de novas regras — explicou.
O presidente do Credit Suisse, Axel Lehmann, afirmou que o estabelecimento não precisa de ajuda governamental. Lehmann destacou, durante uma conferência do setor bancário na Arábia Saudita, que este "não é um tema" por enquanto.
— Temos índices financeiros sólidos, um balanço sólido — insistiu Lehmann.
Se as medidas das autoridades norte-americanas e as garantias dos governos europeus sobre a solidez dos sistemas bancários após a falência do banco californiano Silicon Valley Bank (SVB) conseguiram estabilizar um pouco os mercados na terça-feira (14), a situação continua sendo considerada frágil.
O Credit Suisse, já abalado por vários escândalos, registrou um prejuízo líquido de quase 7,3 bilhões de francos suíços em 2022. Este foi o pior resultado de um banco suíço desde a crise financeira de 2008.