A greve aprovada por pilotos e comissários na última quinta-feira (15) teve início nesta segunda (19) com ao menos 19 voos atrasados pelo Brasil por volta das 8h. Por determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a paralisação pode atingir somente 10% dos funcionários das empresas aéreas.
Em Porto Alegre, por volta das 9h30min, o painel da Fraport indicava um voo atrasado.
No Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, tripulantes uniformizados se reuniram no saguão desde pouco antes das 6h da manhã, em reivindicação por melhores salários. Outra demanda da categoria é que as empresas aéreas respeitem os horários de descanso de pilotos e comissários.
As paralisações devem ocorrer diariamente e por prazo indeterminado, das 6h às 8h, tanto em Congonhas como em outros oito aeroportos: Guarulhos, em São Paulo; Galeão e Santos Dumont, no Rio; Viracopos (Campinas-SP); Brasília; Belo Horizonte; Porto Alegre; e Fortaleza.
— Nossas reivindicações são bem básicas. Há um caráter financeiro, pois a categoria já não tem uma recomposição inflacionária nem qualquer tipo de ganho real há pelo menos três anos. E um caráter social, pois tentamos garantir minimamente que as empresas respeitem as folgas e os repousos dos tripulantes — afirma Henrique Hacklaender, diretor presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).
No sábado (17), o TST apresentou uma proposta de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da aviação regular, que foi aceita pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), mas rejeitada pelos empregados, que decidiram manter a greve.
A categoria reivindica que, além do aumento pelo INPC, o salário receba adicional de 5% para compensar perdas calculadas em 10% nos dois anos de pandemia. Os trabalhadores também exigem que as empresas respeitem as escalas de folga dos tripulantes e não programem jornadas de trabalho de mais de três horas em solo entre duas etapas de voo.