Dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) revelou que trabalhadores pretos ganham em média muito menos do que brancos por uma única hora de trabalho. O levantamento foi divulgado em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com informações referentes ao segundo trimestre do ano.
Segundo o g1, a hora de trabalho de uma pessoa preta recebeu remuneração 40,2% menor que a de um branco entre abril e junho deste ano. No caso dos pardos, o valor foi 38,4% menor que o recebido pelos brancos.
Em uma década, a situação não evoluiu. No mesmo período de 2012, o valor pago por hora a uma pessoa preta era 42,8% menor do que o pago a uma pessoa branca.
Em média, em 2022, a hora de trabalho do brasileiro vale R$ 15,23. Por etnia, os valores médios são:
- Brancos ganham R$ 19,22;
- Pretos, R$ 11,49;
- E pardos, R$ 11,84.
Considerando o rendimento médio por hora, para chegar ao valor de R$ 1.212, equivalente ao salário mínimo, um trabalhador branco precisaria trabalhar 63 horas, enquanto um preto levaria quase 105,5 horas.
A falta de acesso à educação superior é um dos fatores que influenciam na diferença de renda. Um documento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado em 2021, mostra que, nas últimas duas décadas, 65,1% dos cargos de nível superior eram ocupados por pessoas brancas. Já pretos e pardos preenchiam 27,3% dessas vagas. Outros fatores que entram na conta são o tamanho do mercado de trabalho informal e a discriminação indireta.
O Distrito Federal é a unidade da Federação com a maior discrepância entre os rendimentos: pretos ganham 51% menos do que brancos por hora trabalhada. Enquanto isso, Pernambuco é o estado com menor disparidade de valor por hora trabalhada entre brancos e pretos no país. Em 2012, a diferença salarial por hora entre brancos e pretos era de 45,7% no Estado. Em 2022, esse número diminuiu 26 pontos percentuais, para 19,4%.