Na contramão do comércio online, que registrou este ano resultados mais tímidos que os esperados para uma Black Friday, a data de promoções teve saldo positivo no comércio de rua de Porto Alegre. Segundo balanço do Sindilojas, a data representou aumento de vendas para 39% dos lojistas da Capital. Para outros 23%, os negócios se mantiveram iguais aos de 2021.
O maior movimento nas lojas em função da Black Friday foi verificado durante a própria sexta-feira (25), com quase 90% do volume de consumidores. A véspera da data, quinta-feira (24), concentrou 7,5% do movimento. O ticket médio gasto foi de R$1.574.
Como de costume na data, os eletrodomésticos e eletrônicos foram os produtos mais vendidos na Capital, liderados por celulares, televisores e refrigeradores.
Conforme lojistas ouvidos pela entidade, a Copa do Mundo contribuiu para dar um empurrão na semana de vendas. Com o resultado da Black Friday, a avaliação do Sindilojas sobre a data no comércio de Porto Alegre é positiva. E otimista em relação ao fim do ano, já que a proximidade do Natal deve seguir movimentando os negócios do varejo nas próximas semanas.
Desempenho tímido no e-commerce
Uma das datas do varejo mais esperadas por lojistas e consumidores desde que foi inserida no calendário brasileiro, em 2010, a Black Friday em 2022 não cumpriu o que costumava prometer em outros anos, pelo menos no comércio eletrônico. Com Copa do Mundo e orçamento apertado disputando atenção, o balanço final ficou abaixo, com recuo nas vendas online.
Levantamento da Neotrust mostrou recuo de 28% no varejo virtual em comparação ao mesmo período de 2021. Foi o pior resultado para a data de promoções no país, movimentando pouco mais de R$ 3,1 bilhões em vendas.
Outra pesquisa da consultoria NielsenIQ|Ebit indica que o faturamento do e-commerce no país no dia da Black Friday (25) caiu 23% em relação a 2021. A maior queda foi observada no grupo de eletrônicos, de 26,7%, justamente uma das categorias mais procuradas para compras nesta data.
Para a Linx, empresa especializada em tecnologias para o varejo, a Black Friday mais tímida este ano confirma as previsões de compras diluídas ao longo do mês de novembro. Isso porque grande parte dos lojistas antecipou as promoções para aproveitar o embalo da Copa do Mundo.
Futebol altera consumo
A Copa, aliás, alterou o comportamento dos consumidores. A estreia do Brasil no torneio mundial coincidiu com a véspera da Black Friday, momento importante de aquecimento para o comércio online, especialmente. Nas três horas que antecederam a primeira partida, as compras online caíram 46%, segundo a Linx. Durante o jogo, o desempenho recuperou o fôlego esperado para a data, com picos de vendas no intervalo.
Outro motivo apontado pelas consultorias para a freada nas vendas do comércio online é a retomada dos pontos físicos após o período mais duro da pandemia. É também o que explica o crescimento dos pedidos para retirada em loja, segundo a Linx. A modalidade representou 20,7% dos pedidos nessa Black Friday, alta de 33% sobre o ano passado e de 51% em relação a 2019, ano pré-pandemia.
Ainda assim, os acessos dos consumidores em anúncios para a data dobraram e chegaram a 1,6 milhão por minuto em solução de Ads durante a Black Friday. O termo mais procurado nos registros de busca foi geladeira, seguido de celular/smartphone. Também tiveram destaque a procura por air fryer e Playstation 5.