O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer nesta terça-feira (28), que o governo quer acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), tributo que, para Guedes, "desindustrializou" o País.
Em fevereiro deste ano, o governo Bolsonaro já havia reduzido, por decreto e temporariamente, em 25% a alíquota do IPI. A medida teve efeito sobre todos os produtos incluindo bebidas e armas. A única exceção são os cigarros, que pagam alíquota de 300%. A medida também afeta os produtos industrializados fabricados na zona franca de Manaus, reduzindo a vantagem comparativa do polo de produção amazonense. Em abril, um novo decreto do presidente Jair Bolsonaro estendeu a redução por mais 30 dias.
À época, Guedes, disse que a medida iria beneficiar cerca de 300 mil empresas e confirmou a renúncia fiscal de R$ 10 bilhões para a União e R$ 10 bilhões para os governos regionais. Ao falar sobre o tributo nesta terça-feira, o ministro não deu detalhes sobre o tamanho da redução no imposto ou como a medida seria construída.
— Vamos continuar reduzindo, ir para zero (...) O IPI é regressivo, desindustrializa o Brasil — afirmou Guedes durante palestra de abertura do Painel Telebrasil 2022.
Guedes também voltou a dizer que o "barulho" no cenário internacional será "ensurdecedor", em referência à crise econômica.
— Vamos ver uma inflação alta nos Estados Unidos e Europa e pode haver uma recessão — afirmou.
O ministro do governo Bolsonaro defendeu, novamente, por sua vez, que o Brasil vive um movimento distinto desses países e que precisa abrir sua economia para poder ser mais produtiva:
— Tem que pensar que a economia brasileira é um corpo enorme, é uma das economias mais fechadas do mundo — disse Guedes, citando que o aumento de produtividade "é a coisa mais importante" para aumentar salários e emprego.