A abertura da 35ª edição do Fórum da Liberdade contou com a entrega dos tradicionais prêmios Liberdade de Imprensa e Libertas. Em discurso antes de encaminhar os troféus aos agraciados, o presidente do Instituto de Estudos Empresariais (IEE), Gabriel Picavêa Torres, discorreu sobre o impacto da falta de confiança na dificuldade de conviver com ideias diferentes.
Para uma plateia que mesclava jovens estudantes, políticos e empresários no Centro de Eventos da PUCRS, Torres reforçou que a falta de confiança alimenta cada vez mais a desconfiança e apaga o papel da troca de ideias na busca pelo avanço da sociedade:
— É papel dos líderes inspirar confiança a partir do exemplo. Se queremos um país livre e que tolere ideias divergentes, por pior ou melhores que elas sejam, devemos começar dando o exemplo. Quem deseja estimular a confiança não faz isso endossando pessoas que ofendem quem dela discorda.
O Prêmio Libertas foi concedido ao empresário e CEO da Multilaser, Alexandre Ostrowiecki. Ele foi agraciado pelo seu papel no desenvolvimento do Ranking dos Políticos.
Ostrowiecki destacou que a liberdade gera prosperidade em todo o mundo. Por outro lado, o empresário adotou tom crítico contra o coletivismo, que, segundo ele, provoca “ditaduras miseráveis”. O CEO da Multilaser reforçou a importância da política para o avanço do país e a necessidade de boas escolhas nesse sentido:
— Separando o joio do trigo, votando melhor, reelegendo os bons congressistas, não reelegendo os maus congressistas, a gente atua no coração do Estado, que é o poder central que tem a alavanca de definir se nós vamos para o rumo da liberdade, da prosperidade, a exemplo dos bons países.
Já o prêmio Liberdade de Imprensa foi entregue ao jornalista e escritor Leandro Narloch. Logo no início de seu discurso de agradecimento, o jornalista fez uma brincadeira, arrancando risos e aplausos do público.
— Este tema, liberdade, hoje, a gente tem falado sobre ser difícil discordar. De quem a gente exatamente está falando? De quem é difícil discordar? Acho que uma primeira resposta, óbvia, é do Alexandre de Moraes — disse em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que é relator de inquéritos ligados a fake news e a ameaças à democracia e a membros do Judiciário.
Em seguida, Narloch citou o embate entre ativistas "politicamente corretos" e defensores da liberdade de expressão. O jornalista destacou que as minorias são o grupo que mais precisa de liberdade de expressão e de pensamento:
— Um ambiente sem liberdade de expressão ou de pensamento prejudica principalmente os grupos discriminados.
Por fim, o jornalista abordou a importância de um ambiente de liberdade de expressão, de liberdade de pensamento e de apreço pela divergência. Narloch afirmou que é necessário desafiar as ideias ruins, evitando que elas se transformem em políticas públicas deficitárias, mas que é desvantajoso adotar essa postura em certos ambientes, como as universidades.
— Assim a gente vê ideias ruins, que não foram testadas, se tornando políticas públicas muitas vezes equivocadas, que foram baseadas em ideias que não deram certo, em teorias que não foram testadas. Isso acaba prejudicando minorias e grupos marginalizados.