A melhora nos reservatórios das usinas hidrelétricas nos últimos meses pode fazer com que o socorro financeiro ao setor elétrico caia para R$ 4,5 bilhões. Os valores ainda estão sendo analisados, mas, segundo apurou a reportagem, a operação deve ficar muito abaixo do que era previsto inicialmente — cerca de R$ 15 bilhões.
Há, no entanto, quem avalie que é necessário aguardar o fim do período de chuvas, em abril, quando será possível ter mais precisão das condições de geração de energia e os valores arrecadados pela taxa adicional cobrada nas contas de luz. Os cálculos atuais têm como base o cenário hidrológico de 2018, considerado similar ao atual.
A operação foi regulamentada na última sexta-feira (14). O documento assinado pelo presidente Jair Bolsonaro não detalha valores ou prazos de pagamentos, mas indica quais custos terão de ser cobertos com os recursos a serem captados com as instituições financeiras, por meio de interlocução do BNDES.
Os detalhes serão analisados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Só após esse processo, os recursos serão liberados para as distribuidoras.
Reajuste
O montante deve amenizar os reajustes nas contas de luz este ano, pois adia o repasse dos custos das medidas emergenciais adotadas para evitar apagões e até um racionamento de energia em meio à pior crise hídrica em 91 anos.
Os números analisados pelos órgãos responsáveis pela gestão do setor elétrico, no entanto, expõem uma grande discrepância em relação aos apresentados pelas distribuidoras de energia nas últimas semanas.
As empresas sustentam que, até outubro, havia um passivo de R$ 14 bilhões relacionado à crise hídrica em aberto — que não foram cobertos pela tarifa extra na conta de luz. As diferenças nos cálculos e a definição do montante para garantir o equilíbrio financeiro das concessões deverão ser analisadas durante o processo na Aneel.