As vendas do comércio varejista se mantiveram estáveis, com pequena queda de 0,1% em outubro na comparação com setembro, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação com outubro de 2020, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram queda de 7,1%. No ano, o crescimento é de 2,6%; já em 12 meses, a alta é de 2,6%.
Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 0,9% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal. Na comparação com o mesmo mês de 2020, sem ajuste, o recuo foi de 7,1%.
As vendas do comércio varejista ampliado acumularam alta de 6,3% no ano e aumento de 5,7% em 12 meses. Na mesma pesquisa, foi revelado que de agosto a outubro, as vendas do varejo acumularam queda de 5,2%.
No segundo semestre do ano passado, durante o processo de retomada, após o pior momento da crise causada pela covid-19, as vendas do varejo chegaram a atingir o nível recorde da série histórica, em novembro de 2020.
Após as quedas recentes, o nível de vendas de outubro ficou 6,4% abaixo desse pico de novembro de 2020. Segundo Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, toda a dinâmica da atividade varejista, de 2020 para cá, tem sido marcada pela pandemia.
O pico de vendas, em novembro do ano passado, foi atingido na esteira do suporte na renda das famílias dado pelo pagamento do auxílio emergencial e do desvio da demanda de serviços para bens — sem poder consumir em bares, restaurantes, cinemas ou salões de beleza, as famílias passaram a gastar mais com bens vendidos a domicílio e com alimentos. Nos primeiros meses da retomada, a aceleração da inflação ainda estava no início e atingia, principalmente, os alimentos.
De acordo com Santos, a retomada já tinha sofrido um baque em março, início da segunda onda de covid-19 no País. Com isso, as vendas do varejo restrito tombaram abaixo do nível pré-pandemia. De março em diante, houve nova recuperação, puxada pela reabertura dos negócios a medida que a vacinação contra covid-19 vinha avançando. Naquele momento, o aperto na política monetária ainda não se fazia sentir e as concessões de crédito a pessoa física continuavam crescendo, lembrou Santos.
— Agora, na medida em que o rendimento se estabiliza, o crédito cai e a inflação acaba aumentando em setores-chave, as vendas caem de novo — afirmou Santos.