Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas e Gravataí estão entre os cem municípios que tiveram as maiores economias do país em 2019. A capital gaúcha também está entre os oito municípios que detinham quase 25% do PIB brasileiro naquele ano. As quatro cidades gaúchas já apareciam no levantamento do ano anterior, com dados de 2018.
No ranking do Rio Grande do Sul, Porto Alegre e Caxias do Sul lideram o ganho em participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, ocupando, mais uma vez, o topo das 10 maiores economias gaúchas. Canoas, Gravataí, Rio Grande, São Leopoldo, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo, Novo Hamburgo e Pelotas completam a lista.
Juntos, os 10 municípios de maior PIB do Rio Grande do Sul concentraram 41,9% do total do Estado.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (17) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), que elabora o material junto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2019, a soma dos bens e serviços produzidos pela capital gaúcha chegou a R$ 82,43 bilhões, 17,1% do total do RS e um aumento de 0,21 ponto percentual (p.p) na comparação com o ano anterior. Já Caxias do Sul fechou 2019 com um PIB de R$ 27,01 bilhões, 5,6% do PIB do RS e alta de 0,18 ponto percentual em relação ao ano anterior.
Comparada a 2018, a lista dos cinco primeiros colocados no Estado em 2019 não sofreu alteração. A novidade no top 10 foi a saída do município de Triunfo (10º lugar em 2018) e a entrada de Pelotas na mesma posição.
O pesquisador do DEE Martinho Lazzari destaca o desempenho de São Leopoldo, que ganhou quatro posições (de 10º para 6º). Já Novo Hamburgo perdeu dois lugares (de 7º para 9º).
– São Leopoldo tem crescido bem nos últimos anos, principalmente pela fabricação de máquinas e equipamentos. Inclusive, passou o vizinho Novo Hamburgo, que historicamente sempre foi bem, mas pela crise do setor calçadista pode ter caído. São Leopoldo tem tido investimentos grandes nas fábricas do município – observa Lazzari.
O pesquisador acrescenta que os municípios mais voltados aos serviços, à construção civil e à produção de fumo foram melhores em 2019. Por outro lado, os locais com produções voltadas à soja, à indústria de transformação e ao comércio acabaram perdendo posições.
Por segmento, Palmeira das Missões teve o maior Valor Adicionado Bruto (VAB) da Agropecuária, somando R$ 477,68 milhões, ou 1,3% do total produzido pelo setor no Estado. O VAB indica o quanto cada atividade adicionou à economia. Tupanciretã (1,2%), Vacaria (1,2%), Cachoeira do Sul (1,1%) e Dom Pedrito (1,1%) fecham o ranking dos cinco primeiros colocados.
Na Indústria, Caxias do Sul manteve o maior VAB do segmento pelo segundo ano seguido (7,7% do total do RS), à frente de Canoas (7,6%), Porto Alegre (6,6%), Gravataí (4,8%) e Triunfo (4,0%).
Nos Serviços, Porto Alegre segue na liderança, com 22,5% do total, seguido de Caxias do Sul (5,4%), Canoas (3,7%), Passo Fundo (2,5%) e Pelotas (2,5%).
Considerando-se o PIB per capita, que é a divisão do total do PIB pela população, Triunfo repete o primeiro lugar, com R$ 283.450. Apesar de ter sofrido redução comparado ao ano anterior, o PIB per capita do município sede do Polo Petroquímico ainda é 6,68 vezes maior do que a média do Estado. Pinhal Grande (R$ 157.011) e Muitos Capões (R$ 136.948) aparecem na sequência.
Na outra ponta, Alvorada (R$ 13.521), Barra do Guarita (R$ 14.317) e Caraá (R$ 14.470) fecham a lista como os municípios de menor PIB per capita em 2019. O dado, porém, não indica, necessariamente, que a renda das pessoas seja tão baixa nesses locais, conforme explica o pesquisador:
– Em Alvorada e Viamão há uma característica bem peculiar, por exemplo, porque são municípios de grande população, mas que uma parte considerável das pessoas trabalha em Porto Alegre. São pessoas que entram na conta do PIB per capita, mas que geram PIB em outro município.