A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) não identificou adesão de seus sindicatos e federações associados à greve marcada por entidades de caminhoneiros autônomos para a próxima segunda-feira (1º). A informação foi dada nesta sexta-feira (29) pelo assessor-executivo da entidade, Marlon Maues, ao Broadcast Agro. Segundo ele, a confederação não orientará seus associados sobre aderir ou não ao movimento.
— Quem faz greve é a categoria através de assembleias nos sindicatos. A CNTA chancela uma situação. Consultamos nossa base por meio das federações e não há relatos de aderência à paralisação — disse Maués.
Uma nota oficial com o posicionamento da entidade deve ser divulgada ainda nesta sexta-feira.
— Associados entendem que uma greve seria muito prejudicial para a categoria dos autônomos e à sociedade neste momento. Todos reportaram estabilidade porque precisam trabalhar — afirmou Maues.
A CNTA congrega 800 mil caminhoneiros e é considerada a entidade legal de representação dos interesses da categoria.
Quanto às reivindicações dos autônomos, Maues disse que a CNTA entende que o foco principal da discussão deve ser o valor do frete, e não baseada exclusivamente no preço do combustível.
— Combustível é um insumo que vai compor o valor do frete. A discussão deve ser sobre o frete e o sistema que torna caminhoneiro refém do poder econômico sem participar da negociação — comentou, citando que a confederação trabalha em um sistema de contratação direta do frete. — A mudança no preço do combustível seria paliativa, enquanto no sistema do frete seria estrutural.
A CNTA participou na quinta-feira (28) de reunião no Ministério da Infraestrutura, convocada pelo ministro Tarcísio de Freitas.
— A reunião foi muito positiva. O ministro está antenado às necessidades da categoria. Existe uma agenda positiva com novidades a serem desenvolvidas — relatou Maués.
O assessor-executivo da CNTA não forneceu detalhes sobre as propostas que estariam sendo formuladas pela pasta, mas disse que alguns pontos apresentados pela entidade serão acatadas pelo governo com direcionamento de Tarcísio.
— De forma eficaz, porque o governo precisa entregar algo mais sólido — avaliou Maués.