Estadão Conteúdo Vinicius Neder
A crise financeira da incorporadora Evergrande, gigante do setor da construção civil da China, espalhou tensões pelos mercados de todo o mundo, mas não deve se tornar sistêmica como um "novo Lehman Brothers" (banco de investimentos americano que foi à falência em 2008, por causa da crise financeira iniciada no mercado imobiliário em 2007 nos Estados Unidos). Essa é a avaliação do economista Leonardo Burlamaqui, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pesquisador do Instituto Levy de Economia, da Faculdade Bard, nos EUA. Em parte, porque a crise da companhia parece uma "implosão controlada" pelos reguladores chineses. Segundo o estudioso do desenvolvimento econômico da Ásia, os problemas da incorporadora ocorrem num momento em que a China conduz mudanças estruturais na economia. O foco é o aumento relativo do peso do consumo, em detrimento dos investimentos, e a redução das desigualdades. Isso resultará em desaceleração do crescimento econômico, deixando para trás os avanços em torno de 10%, e exige uma "arrumação no meio de campo", diz Burlamaqui. A seguir, os principais trechos da entrevista:
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