A CMPC, indústria chilena de celulose com atuação no Rio Grande do Sul, investirá R$ 2,75 bilhões em ações de sustentabilidade na sua unidade de Guaíba. O aporte demarca uma nova contribuição ESG (ambiente, sustentabilidade e governança) da companhia no país. E, na esteira, deve gerar 7,5 mil novos postos de trabalho — 50% deles no Estado — durante os 26 meses de implantação do projeto, anunciado nesta sexta-feira (5). As obras começam no mês que vem.
Batizado de Bio CMPC, o programa prevê alinhar sustentabilidade, ESG e eficiência. O diretor-geral da CMPC Brasil, Mauricio Harger, explica que são 31 ações, divididas em três blocos: melhoria de controles ambientais, gestão ambiental e modernização operacional.
No primeiro eixo, entre as nove ações previstas, duas merecem destaque. Tratam-se da instalação de um precipitador eletrostático, que permitirá a retenção de 99% do material particulado (partículas muito finas lançadas na atmosfera) e de uma nova caldeira de recuperação. Neste caso, um dos tanques atuais, que utiliza carvão como combustível, será substituído por outro, à biomassa, e eliminará em 60% as emissões de gases efetivos produzidos pela planta.
Já na gestão ambiental, Harger afirma que a CMPC será pioneira no país com a criação de um centro de controle ambiental (CAA). A ideia é monitorar 24 horas por dia todas as etapas das operações e prevenir eventuais desvios nos parâmetros ambientais.
Por fim, o resultado da soma dos 14 itens de modernização operacional será um aumento de 18% na capacidade de produção sobre o volume médio dos últimos 12 meses. Isso significa 350 mil toneladas adicionais de celulose. Para tanto, a capacidade de evaporação será ampliada, uma linha adicional de picador (máquinas de transformação da madeira) será instalada e a geração de energia térmica auxiliar modernizada.
— A companhia está preocupada com as metas de sustentabilidade, no âmbito de emissões e resíduos e consumo de água. O projeto incorpora a matriz ESG e injeta capacidade que permite ser uma operação muito mais sustentável — resume o presidente e CEO da CMPC, Francisco Ruiz-Tagle.
O executivo considera o Bio CMPC um novo passo da empresa no Brasil. Segundo ele, não se trata apenas de uma ampliação produtiva, mas sim de um projeto de sustentabilidade social e ambiental. Entre os impactos mensurados, aponta para a eliminação de 473 toneladas de gás carbônico, que deixarão de serem emitidas, e a redução de 10% no consumo de água.
Empregos e impostos
O diretor-geral da CMPC Brasil, Mauricio Harger afirma que os R$ 2,75 bilhões investidos tem o objetivo de aproveitar ao máximo as empresas e a mão de obra disponíveis no Rio Grande do Sul. Para cumprir a meta de garantir que 50% dos postos sejam ocupados por trabalhadores do Estado, haverá um programa de formação na cidade de Guaíba e região.
O foco prioritário será nos setores de construção civil e montagem mecânica, que deverão contar com 900 posições de treinamento e qualificação. O projeto deve gerar 3.680 empregos diretos e indiretos até 2023. A estimativa é que o aporte injete outras 3.850 vagas na economia, totalizando 7.530 novos postos de trabalho, durante o período de obras, previsto para iniciar em setembro deste ano.
Além disso, a soma dos tributos municipais, estaduais e federais é projetada em R$ 350 milhões. E a sustentabilidade já começa nas obas, justamente, com as contratações preferenciais centradas na região. O canteiro central também ficará fora da unidade, com acesso privado, o mesmo utilizado para o transporte de madeiras e os resíduos serão reaproveitados em novos produtos.
O projeto
- Investimento: R$ 2,75 bilhões
- Prazo: 26 meses
Impactos na planta
- Redução de 473 toneladas de gás carbônico
- Redução de 60% as emissões de gases efetivos
- Aumento de 18% na capacidade de produção
Tributos: R$ 350 milhões
Estimativa de empregos
- 3.680 empregos diretos e indiretos
- 3.850 novas vagas na economia
- 7.530 postos de trabalho