O Rio Grande do Sul abriu 575 vagas de emprego com carteira assinada em abril deste ano. É o quarto mês consecutivo com resultado positivo na geração de postos de trabalho no Estado, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (26).
O saldo é o resultado entre 89.512 contratações e 88.937 demissões no último mês. No acumulado do ano, o saldo continua positivo, com 74.018 vagas criadas.
Na comparação com os meses anteriores, abril tem o desempenho mais baixo na geração de vagas em 2021. Para efeito de comparação, março registrou abertura de 17.088 postos. No entanto, o resultado de abril é melhor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando o Estado fechou 81.104 vagas com carteira assinada em meio às primeiras restrições causadas pela pandemia de coronavírus. Ou seja, mesmo abaixo do desempenho verificado no primeiro trimestre, o Estado continua contratando mais do que demitindo, , mas em ritmo menor.
O pesquisador Rodrigo Feix, do Departamento de Economia e Estatística, da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), destaca que o desempenho mais fraco na geração de emprego em abril é sazonal. Feix atribui esse movimento ao fim do ciclo da safra, que gera redução na mão de obra.
— A safra de verão tem uma participação muito expressiva na geração de emprego nos três primeiros meses do ano e esse emprego vai ficando negativo no segundo e no terceiro trimestre — explica Feix.
Os dados do desempenho dos setores em abril reforçam a avaliação do pesquisador. A indústria segue liderando na abertura de vagas, com + 1.030, no mês. Na outra ponta, a agricultura amarga o pior desempenho, com - 1.299 postos.
Na indústria, o segmento ligado ao fumo segue aquecido, movimento sazonal, principalmente em razão do processamento. A fabricação de produtos de fumos se destaca com abertura de 1.612 vagas. Na mesma linha, Santa Cruz do Sul (+1.045) e Venâncio Aires (+467), municípios onde a produção de fumo predomina, lideram entre as cidades na geração de emprego em abril. Passo Fundo (-1.478) apresenta o pior resultado.
O pesquisador do DEE estima que a agropecuária deve seguir registrando números negativos na abertura de postos nos próximos meses. Nesse sentido, Feix destaca que o combate à pandemia tem de avançar no país para criar ambiente favorável para a criação de vagas em outros setores.
Brasil
No país, a tendência também é de saldo positivo na geração de emprego, mas em patamar menor em relação ao mês imediatamente anterior. Após a criação de 177.352 vagas em março, o mercado de trabalho formal brasileiro registrou um saldo positivo de 120.935 carteiras assinadas em abril.
O resultado do mês passado ocorre diante de 1,381 milhão de admissões e 1,260 milhão de demissões. O desempenho é acima do registrado em abril do ano passado, quando o país fechou 963.703 postos em meio ao início restrições causadas pela pandemia. O ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou que o a desaceleração em abril ocorre em razão da pandemia:
— (O resultado) parece pouco frente ao que gerávamos antes, mas temos que considerar que (abril) foi o mês em que se sentiu mais o impacto da segunda onda da covid-19. Na primeira onda, ano passado, perdemos mais de 900 mil empregos. Agora, criamos 120 mil empregos. O Brasil está mostrando resiliência.