O leilão da Companhia de Água e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), ocorrido na tarde desta sexta-feira (30) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), arrecadou R$ 22,7 bilhões com a concessão de três dos quatro blocos em disputa. Os investimentos contratados totalizam R$ 27,1 bilhões, com a obrigação de universalizar o acesso aos serviços de saneamento até 2033. Os serviços de distribuição de água e esgotamento sanitário serão concedidos pelo prazo de 35 anos.
O valor total supera as expectativas iniciais, uma vez que os lances mínimos totalizavam R$ 10,6 bilhões. O valor da outorga será destinado para o Estado do Rio de Janeiro (80%), a prefeitura do Rio (15%) e o Fundo Metropolitano (5%) de acordo com o jornal Valor Econômico.
— A média anual de investimento nos próximos dez anos é 12 vezes maior que o volume anual investido pela Cedae nos últimos dez anos — diz o chefe do Departamento de Desestatização e Estruturação de Projetos do BNDES, Guilherme Albuquerque. O governador do Rio, Claudio Castro, destacou também que o Rio e a Cedae não tinham fôlego para fazer os investimentos necessários até 2033:
— Isso seria punir a população. Investir em saneamento é investir em saúde.
No total, os investimentos pretendem univeralizar os serviços de água e esgoto para 12,8 milhões de pessoas - esse número representa mais de um terço do total de clientes atendidos pela iniciativa privada, que respondem por 7% dos municípios atendidos no País e 26,3% da população. Com o leilão da Cedae, esses números sobem para 7,6% e 34,3%, respectivamente.
Confira como foram os leilões bloco a bloco.
Bloco 1
O consórcio Aegea foi o vencedor do leilão do Bloco 1, com o lance de R$ 8,2 bilhões após uma disputa acirrada que chegou a ir para viva-voz. O ágio da proposta é de 103,13%.
O Bloco 1 se refere à Zona Sul e mais 18 municípios, e a outorga mínima era de R$ 4,036 bilhões.
Bloco 2
O consórcio Iguá foi o vencedor do leilão do Bloco 2, com o lance de R$ 7,286 bilhões. O ágio da proposta foi de 129,68%. A disputa pelo bloco não foi a viva-voz.
O Bloco 2 engloba Barra da Tijuca, Jacarepaguá e mais 2 municípios, e tinha outorga mínima de R$ 3,172 bilhões.
Bloco 3
O bloco que é formado por seis municípios e parte da Zona Oeste do Rio, era considerado o mais barato em disputa — investimentos previstos de R$ 2,6 bilhões — mas não teve interessados. O consórcio Aegea havia apresentado proposta, mas retirou.
Bloco 4
O consórcio Aegea também foi o vencedor do leilão do Bloco 4 da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), com o lance de R$ 7,203 bilhões, após disputa acirrada por viva-voz. O ágio da proposta foi de 187,75%. O grupo já tinha ficado com o Bloco 1.
O Bloco 4 engloba o Centro e Zona Norte do Rio de Janeiro mais oito municípios, com outorga mínima de R$ 2,503 bilhões.
O leilão por viva-voz começou com o valor inicial de R$ 5,402 bilhões, lance inicial da Aegea. Em seguida, após disputa emocionante com o Consórcio Redentor, o grupo Aegea levou seu segundo bloco no dia.
A Iguá não participou da disputa pelo bloco. A Rio de Janeiro Mais Operações de Saneamento fez um lance inicial de R$ 3,908 bilhões, enquanto a do Consórcio Redentor foi de R$ 5,323 bilhões.