O governo dos Estados Unidos impôs, nesta sexta-feira (9), tarifas de quase US$ 2 bilhões ao alumínio importado de 18 países, acusados de "dumping", entre eles Alemanha, Espanha e Brasil.
Os países que enfrentam as taxas mais altas são Alemanha e Brasil, que exportam US$ 287 milhões e US$ 97 milhões desse metal a cada ano, respectivamente. Para a Alemanha, a taxa máxima é de 352,71%, para o Brasil, 136,78%, e para a Espanha, 23,32%.
Essa decisão é um golpe forte contra o governo de Jair Bolsonaro, um dos principais aliados de Trump na América Latina. O Brasil está entre os grandes fornecedores de alumínio para os Estados Unidos.
A decisão é preliminar e pode ser revertida, mas significa que os Estados Unidos vão começar a cobrar as tarifas imediatamente.
O Departamento do Comércio afirmou que busca compensar o preço das lâminas de alumínio vendidas abaixo dos custos de produção ou produtos de subsídios injustos.
Essa decisão pode ser revogada pelo próprio Departamento do Comércio no final de fevereiro e será revisada pela Comissão Internacional de Comércio dos Estados Unidos, que prevê tomar uma decisão final em 5 de abril de 2021.
Também estão afetados Barein, Croácia, Egito, Grécia, Índia, Indonésia, Itália, Omã, Romênia, Sérvia, Eslovênia, África do Sul, Coreia do Sul, Taiwan e Turquia.
O secretário do Comércio, Wilbur Ross, indicou que a China não está na lista, mas considerou o gigante asiático parcialmente responsável pelo fluxo de folhas de alumínio que podem prejudicar os produtores locais nos Estados Unidos.
— O que está acontecendo atualmente é que o excesso de capacidade da China se voltou para outros mercados. Isso, por sua vez, desloca a produção, que termina aqui — explicou Ross ao canal Fox Business.
— É um esquema muito complicado, mas o efeito líquido é muito "dumping" nos Estados Unidos — acrescentou.